O negócio da arte: as influências da gestão e organização italiana na ópera lírica em São Paulo

Juliana Marília Coli

Resumo


Neste artigo, buscamos caracterizar o contexto histórico das relações produtivas da atividade musical do teatro lírico, dos artistas e empresários que atuaram na história do Theatro Municipal de São Paulo, nas primeiras décadas do século XX. Através da apreensão da dimensão concreta das relações entre música e sociedade buscamos evidenciar uma leitura histórico‑musicológica das bases materiais do fenômeno da produção e difusão do teatro lírico brasileiro, consolidado no Brasil pelo monopólio de agentes de companhias de ópera italianas. Dentre os agentes teatrais que atuaram no Brasil ressaltamos a figura de Walter Mocchi, que atuou no período áureo do teatro lírico de São Paulo e Rio de Janeiro por quinze anos consecutivos. Através de uma visão empresarial que compreendeu a gestão dos principais teatros italianos e latino‑americanos, Mocchi inaugurou um novo modelo de gestão teatral que, além de intensificar o monopólio italiano do mercado da ópera no Brasil, não passou despercebido à crítica local de sua época, porquanto tenha representado um fator limitante para o florescimento de compositores, de artistas e de um projeto de ópera nacional.

Palavras-chave


Ópera lírica no Brasil. Gestão teatral em São Paulo. Indústria da ópera lírica.

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DOI: http://dx.doi.org/10.20504/opus2016b2207

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OPUS - Revista Eletrônica da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Música (ANPPOM)
ISSN 0103-7412 (versão impressa, 1989-2008), ISSN 1517-7017 (versão online, 2009- )