Delimitação de unidades espaciais mínimas: uso do fluxo pendular de trabalho como primeiro passo para representação da rede urbana no Brasil

Autores

  • Ernesto Pereira Galindo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

DOI:

https://doi.org/10.18830/issn.1679-0944.n18.2017.11

Palavras-chave:

Fluxo pendular, Rede urbana, Brasil

Resumo

A adoção de uma delimitação espacial reflete de forma direta nos resultados da análise espacial. Na representação da rede urbana do Brasil, o desafio é justificar uma forma específica de delimitação que corresponda a um espaço de convívio comum e a partir dele num próximo passo analisar como estes espaços se comportam. O texto objetiva neste contexto apresentar e submeter a críticas e sugestões de estudiosos e especialistas uma proposta de critério de delimitação e seu consequente resultado, tomando como unidades espaciais iniciais a serem agregados os municípios. Não há qualquer pretensão de ser uma alternativa acabada e final, nem tampouco almeja desmerecer os critérios e resultados já existentes nos mais diversos e consagrados estudos de instituições tão reconhecidas como o IBGE, o Observatório das Metrópoles, os institutos de pesquisa estaduais e mesmo o próprio Ipea. O método pretende de forma simplificada utilizar apenas um dado para determinar delimitações que representem unidades espaciais mínimas. O dado utilizado foi o fluxo pendular diário intermunicipal a trabalho. Uma série de justificativas é apresentada no texto para a escolha deste dado em um método que pretende ser simples sem perder a representatividade da integração territorial.

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Biografia do Autor

Ernesto Pereira Galindo, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

Técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, na Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais - Diru. Arquiteto e Urbanista com especialização em Gestão Pública e mestrado em Transportes. Autor de capítulos de livro, artigos em revista e em congressos nacionais e internacionais na área de desenvolvimento urbano (incluindo transportes) e rural. Desde a graduação manteve contato com políticas públicas setoriais (planejamento urbano, habitação e transporte) dentro e fora do poder público. Foi pesquisador do Centro de Formação de Recursos Humanos em Transportes (Ceftru/UnB), onde trabalhou com planejamento nacional, avaliação e regulação de transportes, Analista de Reforma e Desenvolvimento Agrário do Incra e Analista de Infraestrutura do Ministério do Planejamento e lotado no Ministério das Cidades.

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Como Citar

Galindo, E. P. (2017). Delimitação de unidades espaciais mínimas: uso do fluxo pendular de trabalho como primeiro passo para representação da rede urbana no Brasil. Paranoá, 10(18). https://doi.org/10.18830/issn.1679-0944.n18.2017.11

Edição

Seção

Teoria, História e Crítica

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