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A luta pela afirmação política das frações de classe economicamente dominantes: um estudo sobre a Associação Comercial do Paraná e seus presidentes de 1890 a 1946

Natália Cristina Granato

Resumo


O estudo da relação entre o poder político e o poder econômico é central para análises críticas que se debruçam sobre o capitalismo e seu desenvolvimento. Temos como contexto a sociedade paranaense no período de Revolução Burguesa, atravessada pela afirmação política da nova classe dominante em ascensão: a burguesia ervateira e madeireira, ambas economias que se desenvolveram através da indústria. O foco deste trabalho refere-se à atuação política e econômica da Associação Comercial do Paraná. Entendemos que tal entidade procura representar os interesses das frações de classe economicamente dominantes no Paraná entre a sua fundação, em 1889, sob a presidência de Ildefonso Pereira Correia, até 1946, quando se encerra a segunda gestão de Rivadávia Fonseca de Macedo. Esta periodização contempla a representação de classe da entidade durante os primeiros anos da Primeira República e se estende até o Governo Provisório de Getúlio Vargas. Fundamentamos nossas reflexões sobre a Associação Comercial do Paraná associadas à análise da representação de interesses de determinadas frações de classe dominante e a organização social e política delas, tendo em vista a relação entre as esferas política e econômica. Entendemos que a classe economicamente dominante no Paraná no período analisado era fracionada entre a burguesia industrial ervateira e madeireira, frações que aspiravam a uma maior dominação política e consolidavam a organização própria de classe, colocando os seus interesses como interesses gerais. Demonstraremos, a partir da análise prosopográfica e genealógica dos presidentes da Associação Comercial do Paraná, a relação entre a histórica influência econômica e política que as famílias desses agentes exerciam, tendo a conjuntura que antecedeu a Revolução de 1930 como um ponto de inflexão para a sua atuação, e entendendo tal afirmação burguesa dentro da lógica da “modernização conservadora”, na qual não há a ideia de transformação radical, e sim a de metamorfose, preservando aspectos do passado.

Palavras-chave


Classe dominante; empresariado; Paraná; Associação Comercial do Paraná.

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/sclplr.v9i1.89598

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