INDIGENOUS TEACHERS AND THE CHALLENGES OF INTERCULTURAL EDUCATION IN BRAZIL: THE CASE OF RORAIMA

Geisa de Assis RODRIGUES, Clarice Seixas DUARTE, Bárbara Lago MODERNELL

Resumo


Objective: indigenous education has been considered since the Brazilian Constitution of 1988 as a bridge between two worlds. It should provide for the reproduction of the traditional peoples' lifestyle but allow access to the knowledge of non-Indian society. How do indigenous teachers face the challenges of this intrinsically intercultural education? Through the analysis of indigenous education data in Roraima, in the north of the country, one will understand how the devaluation of indigenous identity, the failures of teachers' training and harsh working conditions challenge them to lead this passage.

Methodology: the deductive method is used, through bibliographic and documental approaches, by way of review of doctrine and the legislation pertinent to the subject.

Results: although fundamental, legislative standards are not sufficient to provide an intercultural education. Indigenous teachers need a favourable environment to develop their important tasks. It can be argued that the implementation of consistent and continuous public policies, reasonably funded and evaluated is the only way to enable indigenous teachers to accomplish their intercultural legal role.

Contributions: this study attempts to elucidate the main challenges faced by indigenous teachers in Brazil to fulfil the legal expectations related to their instructional performance through the examination of the case of Roraima, a Brazilian state located in the North of the country where indigenous issues are strongly represented.

Keywords: Indigenous people education; intercultural education; indigenous teachers; Brazilian indigenous education; Roraima indigenous teachers.

 

RESUMO

Objetivo: a educação indígena tem sido considerada, desde a Constituição Brasileira de 1988, como uma ponte entre dois mundos. Deve proporcionar a reprodução do estilo de vida dos povos tradicionais, mas permitir o acesso ao conhecimento da sociedade não-indígena. Como os professores indígenas enfrentam os desafios dessa educação intrinsecamente intercultural? Através da análise dos dados da educação indígena em Roraima, no norte do País, busca-se entender como a desvalorização da identidade indígena, as falhas de formação dos professores e as duras condições de trabalho, os desafiam-nos a liderar essa passagem.

Metodologia: utiliza-se o método dedutivo, mediante abordagens bibliográfica e documental, por meio da revisão de doutrina e a legislação pertinente ao tema.

Resultados: apesar de fundamentais, as normas legislativas não são suficientes para proporcionar uma educação intercultural. Os professores indígenas precisam de um ambiente favorável para desenvolver as suas tarefas importantes. Pode-se argumentar que a implementação de políticas públicas consistentes e contínuas razoavelmente financiadas e avaliadas é a única forma de permitir que os professores indígenas cumpram o seu papel jurídico intercultural.

Contribuições: este estudo busca elucidar os principais desafios enfrentados pelos professores indígenas no Brasil para atender às expectativas legais relacionadas ao seu desempenho instrutivo através do exame do caso de Roraima, Estado brasileiro localizado no norte do País, onde as questões indígenas estão fortemente representadas.

 

Palavras-chave: Educação de indígenas; educação intercultural; professores indígenas; educação indígena brasileira; professores indígenas de Roraima.

 


Palavras-chave


Indigenous people education; intercultural education; indigenous teachers; Brazilian indigenous education; Roraima indigenous teachers.

Texto completo:

PDF (English)

Referências


ADDIS, A. (1997) ‘On human diversity and he limits of toleration’. In Ethnicity and group rights. Schapiro, I. Kymlicka, W. (eds.) New York: New York University Press, 112-153.

ÂNGELO, F. N. P. (2006). ‘A educação escolar indígena e a diversidade cultural no Brasil’. In Formação de Professores indígenas, repensando trajetórias. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e diversidade, 207 -216.

ANJOS FILHO, R. N. (2009). ‘Artigos 231 e 232 da CF’. In Comentários à Constituição Federal de 1988. Rio de Janeiro: Forense, 2399-2428.

ANAYA, James S. (1997) ‘On justifying special ethnic group rights: comments on Pogge.’ In Ethnicity and group rights. New York: New York University, 222-231.

Bergamaschi, M. A. and Sousa, F. B. (2015) ‘Territórios etnoeducacionais: ressituando a educação escolar indígena no Brasil’. Pro-posições v. 26, n.2 (77), 143-161.

BRASIL. Fundação Nacional do Índio. Povos indígenas isolados e de recente contato. Online. http://www.funai.gov.br/index.php/nossas-acoes/povos-indigenas-isolados-e-de-recente-contato (accessed 6 January 2018)

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas educacionais Anísio Teixeira. Censo de professores de 2007. Online. http://portal.inep.gov.br/artigo/-/asset_publisher/B4AQV9zFY7Bv/content/censo-traca-perfil-dos-professores-da-educacao-basica/21206 (accessed 6 January 2018)

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas educacionais Anísio Teixeira. Educacenso de 2016. Online. http://portal.inep.gov.br/microdados (accessed 20 february 2018)

BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Fundamental (2001), Censo escolar indígena:1999. Brasília: INEP. Online. http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me0000277.pdf (accessed 15 January 2018)

CANDAU, V. M. (2002). Sociedade, educação e cultura. Petrópolis: Vozes.

CARVALHO, F. and Carvalho, F. A. (2008) ‘A experiência de formação de professores indígenas no Núcleo Insikiran na Universidade Federal de Roraima’ In Diversidade cultural y interculturalidade en educación superior. Experiencias en America Latina. Caracas: Instituto Internacional para la Educación Superior en America Latina y el Caribe (IESALC). Mato, D. (ed.) Unesco, 157-166.

CUNHA, M. C. (2012) Índios no Brasil: história, direitos e cidadania. São Paulo: Claro Enigma.

D’ANGELIS, W. R. (2006) ‘Contra a ditadura da escolar’. In Formação de Professores indígenas, repensando trajetórias. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e diversidade, 155-164.

D’ARCY, K. (2014) ‘Education Inclusion: Meeting the needs of all traveller pupils’. In R. Race and V. Lander (eds), Advancing race and ethnicity in education. Palgrave Mcmillian, Hampshire, 47-62.

FLEURI, R. M. (1999) ‘Educação intercultural no Brasil: a perspectiva epistemológica da complexidade’. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, v. 80, n. 195, 277-289.

FREITAS, M.A.B. (2011) ‘O Instituto Insikiran da Universidade Federal de Roraima: trajetória das políticas para a educação superior indígena’. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Brasília, v. 92, n. 232, 599-615.

GAY, G. (2014) ‘Race and Ethnicity in US Education’. In R. Race and V. Lander (eds), Advancing race and ethnicity in education. Palgrave Mcmillian, Hampshire, 63-81.

GRUPIONI, L. D. B. (2006) ‘Contextualizando o campo da formação dos professores indígenas no Brasil’. In Formação de Professores indígenas, repensando trajetórias. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e diversidade, 39-68.

GUILHERME, A. and Huttner, E. (2015) ‘Exploring the new challenges for indigenous education in Brazil: Some lessons from Ticuna Schools’. Rev. Educ.Doi 101007/s 11159-015-9503-z Springer Science + Business Media Dordrecht and UNESCO Institute for Lifelong Learning, Online, https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs11159-015-9503-z (accessed 10 December 2017)

IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2012). Os indígenas no censo demográfico 2010. RJ: Ministério de Planejamento, orçamento e gestão, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Online. http://www.ibge.gov.br/indigenas/indigena_censo2010.pdf (accessed 10 January 2018).

ILO–Indigenous and Tribal Peoples Convention 169. Online. http://www.ilo.org/dyn/normlex/en/f?p=NORMLEXPUB:12100:0::NO::P12100_INSTRUMENT_ID:312314. (Accessed in 5 January 2018)

KYMLICKA, W. (1995) Multicultural citizenship: a liberal theory of minority rights. Oxford: Oxford University Press.

LEIVAS, P. G. C. and Rios, R. R. and Schafer, G. (2014) ‘Educação escolar indígena no direito brasileiro: do paradigma integracionista ao paradigma do direito a uma educação diferenciada’. Revista da Ajuris, v. 41, n. 136, 372-383.

LEMOS, L. P. S. (2014) ‘Memórias de uma estudante indígena em uma escola não indígena’ In Educação na diversidade étnica: educação escolar indígena no contexto pós e anticolonial. Curitiba: Editora CRV, 151-159.

LUCIANO, G. J. S. (2013) Educação para manejo do mundo: entre a escolar ideal e a escolar real no Alto Rio Negro. Rio de Janeiro: Contra-capa Laced.

MAHER, T. J. M. (2010) ‘Políticas linguísticas e políticas de identidade: currículo e representações de professores indígenas na Amazônia Ocidental brasileira’. Currículo sem fronteiras, v. 10, n. 1, 33-48.

MALDONADO, D. B. (2006) La Constitución multicultural. Bogotá: Siglo del hombre Editores.

NEVES, Marcelo (2006) ‘Between under-integration and over-integration: not taking citizenship rights seriously. In Imagining Brazil. Laham: Lexington Books, 61-90.

OLIVEIRA, L. A. A. (2016) ‘A formação de professores indígenas nas universidades no âmbito do PROLIND/MEC (2005/2010)’. In L.A. A. Oliveira (ed) A questão indígena na educação superior. Cadernos do GEA, n. 10, 9-13.

PEVAR, S. L. (2004) The rights of indians and tribes. New York and London: New York University Press.

RODRIGUES, G. A. (2016) ‘Far beyond criminal prosecution: Federal Prosecution Service and right to school education for indigenous people in Brazil’. Brasiliana-– Journal for Brazilian Studies- Kings’s College London, v. 5, 254-284.

SAMPAIO, J. A. L. (2006) ‘O “resgate cultural” como valor: reflexões antropológicas sobre a formação de professores indígenas’. In Formação de Professores indígenas, repensando trajetórias. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e diversidade, 165 -174.

SANTORO, N. and Reid, J. and Crawford, L. and Simpson, L. (2011) ‘Teaching indigenous children listening to and learning from indigenous teachers’. Australian Journal of Teacher Education, 36 (10), 65-76.

SANTOS, S. C. (1975) Educação e sociedades tribais. Porto Alegre: Editora Movimento.

SILVA, M. F. (1994) ‘A conquista da escola: a educação escolar e o movimento dos professores indígenas no Brasil’. Em aberto, Brasília, ano 14, n. 63, 38-53.

SILVA, M. F. and Azevedo, M. M. (1995). ‘Pensando as escolas dos povos indígenas no Brasil: o movimento dos professores indígenas do Amazonas, Roraima e Acre’. In A temática indígena na escola: novos subsídios para professores de 1º e 2º graus. Brasília: Ministério da Educação/Unesco, 149-166.

SILVA, P. T. G. (2015) Os direitos dos índios: fundamentalidade, paradoxos e colonialidades internas. São Paulo: Café com lei.

SILVA, V.A. and Rebolo, F. (2017) ‘A educação intercultural e os desafios para escola e o professor’. Interações, Campo Grande, MS, v. 18, 179/190.

SILVEIRA, E.D. and Silveira, S.A.D. (2012) ‘Direito fundamental à educação indígena’. Curitiba: Juruá.

TSCHUCAMBANG, J. L. (2014) ‘A infância Xokleng/Laklãnõ: a educação escolar indígena a partir do olhar de uma indígena’. In Educação na diversidade étnica: educação escolar indígena no contexto pós e anticolonial. Curitiba: Editora CRV, 151-159.

TULLY, J. (1995) Strange Multiplicity. Cambridge: Cambridge University Press.

MINDLIN, B. (2003) Referenciais para a formação de professores indígenas/ Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC.

WHITE, C. J. and Bedone, C. and Lockhard, L. and Honani, S. (2007) ‘A bridge for our children: tribal/University partnership to prepare indigenous teachers’. Teacher Education Quaterly, Fall 2007,71-86. Online. https://www.jstor.org/stable/i23478940 (accessed 6 February 2018)




DOI: http://dx.doi.org/10.26668/revistajur.2316-753X.v3i70.4462

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Revista Jurídica e-ISSN: 2316-753X

Rua Chile, 1678, Rebouças, Curitiba/PR (Brasil). CEP 80.220-181

Licença Creative Commons

Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.