O Gênero (de)Preciado: a Psicanálise e a Necrobiopolítica das Transidentidades

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/epp.2022.71767

Palavras-chave:

psicanálise, gênero, biopolítica, necropolítica, transidentidades

Resumo

As interrogações contemporâneas colocadas à psicanálise pelas transidentidades têm sido recebidas pelo campo de maneiras muito diversas, ora a partir de posições defensivas, ora a partir de leituras mais abertas a dialogar com essas interrogações. Do lado das perspectivas defensivas, encontramos, frequentemente, a tentativa de reduzir os problemas de gênero a questões do imaginário, como se o gênero se tratasse apenas de um capricho narcísico do eu, dirigido à identificação alienante a uma dada identidade. No cenário francês, que ainda repercute no contexto brasileiro, Jacques-Alain Miller e Élisabeth Roudinesco, cada um a seu modo, podem ser considerados representativos desse tipo de posicionamento. Na contramão dessa tendência, o objetivo deste artigo, que se serve de uma revisão crítica de literatura, é recolocar os termos do debate a partir da intervenção do filósofo Paul B. Preciado, evidenciando que o que está em jogo nas temáticas de gênero não é apenas uma questão quanto ao registro das identificações, mas também uma problemática mais ampla concernente à violência social e ao modo como a psicanálise irá se posicionar diante do regime da necrobiopolítica que atravessa o mundo contemporâneo.

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Publicado

15-12-2022

Como Citar

Lima, V. M. (2022). O Gênero (de)Preciado: a Psicanálise e a Necrobiopolítica das Transidentidades. Estudos E Pesquisas Em Psicologia, 22(4), 1643–1662. https://doi.org/10.12957/epp.2022.71767

Edição

Seção

Dossiê Psicologia, Política e Sexualidades: crises, antagonismos e agências