Redes formativas: esteio para aprendizagens e reflexões enredadas

Palavras-chave: educação; redes formativas; simbiose humano/tecnociência; reflexões.

Resumo

Esta reflexão tem por objetivo compreender a existência de implicações epistemológicas, na simbiose humano/tecnociência, que colocam em xeque a razão e as hierarquias de poder, com acenos para a existência de nichos vitais recheados de profunda interdependência desde o início do processo evolutivo. Trata-se de um estudo, de natureza qualitativa, do tipo bibliográfico, cujo principal resultado significa afirmar que a evolução humana emerge em um útero sumamente complexo, que compartilha natureza, tecnologias e linguagens. É inimaginável dimensionar a complexidade das interações, tanto colaborativas quanto conflitivas, dos ingredientes dessas coevoluções interativas - humano e tecnociências. Tem-se, pois, presente na atualidade contemporânea, uma profunda transformação na dinâmica do aprender, possibilitado pelas redes digitais. Conclui-se que as redes formativas são um efetivo exercício de resistência e de profanação dos mecanismos instrucionais originários de convicções político-pragmáticas que desconhecem ou fingem desconhecer a potencialidade das redes, como redes colaborativas, redes de interdependência e presenças interativas. Redes formativas podem possibilitar outras posições e outras conexões diante da tecnoburocratização do Estado, sedento por diagnósticos quantitativos e produtivistas, realizados por planos e metas obscuras que, gradativamente, ameaçam esvaziar as utopias e as esperanças de futuros abertos e possíveis.

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Publicado
2023-05-23
Como Citar
Strieder, R., & Tedesco, A. L. (2023). Redes formativas: esteio para aprendizagens e reflexões enredadas. Acta Scientiarum. Education, 45(1), e52730. https://doi.org/10.4025/actascieduc.v45i1.52730
Seção
Formação de Professores e Políticas Públicas