Comparação de análises fitossociológicas e multivariadas na determinação do grau de conservação de áreas nativas de Cerrado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509835229

Palavras-chave:

Diversidade, Antropização, Comunidades vegetais, Similaridade

Resumo

A forte pressão antrópica no Cerrado torna necessários estudos para averiguar o nível de conservação de áreas que estão sujeitas a essa atividade. Com isso, objetivo do trabalho foi comparar e avaliar a florística, a estrutura e o grau de conservação de duas áreas adjacentes de Cerrado, sendo uma área de cerrado conservado (CC) e outra de cerrado antropizado (CA). Foram utilizados os parâmetros fitossociológicos convencionais: densidade relativa (DR), dominância relativa (DoR), frequência relativa (FR) e o valor de importância (VI), além dos índices de diversidade de Shannon-Wiener e equitabilidade de Pielou. Foram feitas análises de ordenação pelo método DCA, dendrograma de classificação (UPGMA) a partir dos índices de Sørensen-Dice e Bray-Curtis, além da divisão hierárquica dicotômica por Twinspan. O teste t de Student foi utilizado para comparar as variáveis, classes diamétricas e classes de altura. O cerrado conservado apresentou valores maiores para número de indivíduos, classes diamétricas, área basal e altura. O índice de diversidade por parcelas, número de espécies, indivíduos e área basal total foram diferentes estatisticamente em relação as duas áreas. Através das análises multivariadas foi possível segregar as parcelas com base no grau de conservação, tanto na análise de ordenação (DCA) quanto de classificação (Dendrograma). Os métodos utilizados foram eficientes para demonstrar as diferenças entre as duas áreas, porém a análise multivariada se mostrou eficiente em fornecer maior detalhamento na diferenciação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Jovan Martins Rios, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO

Atualmente faz doutorado em Agronomia com ênfase em Produção Vegetal pelo Programa de Pós Graduação em Agronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG). Mestre em Agronomia (Produção Vegetal) pela Universidade Estadual de Goiás (2018) fez sua pesquisa com Estrutura e diversidade do cerrado stricto sensu em beira de rodovias. Possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Estadual de Goiás (2016), se especializou em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Faculdade Araguaia. Participa do Projeto ALOMETRIA NO CERRADO que tem por objetivo realizar estimativas de volumetria, biomassa e carbono em diversas fitofisionomias do Cerrado por meio de equações criadas a partir da modelagem matemática. O projeto possui parceria com a FAO - Food and Agriculture Organization of the United Nations; Serviço Florestal Brasileiro - MMA; Votorantim Metais - Reserva Legado Verdes do Cerrado; e Universidade Federal de Goiás (PROFLORESTA). Tem experiência na área de Ecologia e Conservação, com ênfase em Ecologia de Comunidades, atuando principalmente nos seguintes temas: Fitossociologia, Florestas Estacionais e Cerrado.

Gabriel Venâncio Pereira Mariano, Universidade Estadual de Goiás, Ipameri, GO

Atualmente é graduando do curso de Engenharia Florestal pela Universidade Estadual de Goiás - Campus Ipameri (2016/2020) e Tecnologia de Produção Cervejeira pela Unicesumar (2020/2022). É integrante do Laboratório de Inventário Florestal e Ecologia - LIFE, grupo de pesquisa da Universidade Estadual de Goiás. Possui bolsa de Iniciação Científica pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica - PIBIC/UEG com o projeto Efeito de borda no estrato de regeneração e arbóreo em fragmentos florestais ocorrentes em clima sazonal. Tem experiência nas áreas de Inventário Florestal, Levantamento Fitossociológico e Fitofisionomias do Cerrado.

Vanuza Pereira Garcia da Silva, Universidade Estadual de Goiás, Ipameri, GO

Atualmente é graduanda do curso em Engenharia Florestal pela Universidade Estadual de Goiás - Campus Ipameri (2016/2020). É integrante do grupo de pesquisa LIFE- UEG (Laboratório de Inventário Florestal e Ecologia da Universidade Estadual de Goiás), coordenado pelo professor Dr. Vagner Santiago do Vale e integrante do projeto de pesquisa "Diversidade de traços funcionais de espécies arbóreas em cerrados ". Tem experiência nas áreas de Inventário Florestal, Levantamento Fitossociológico, Análises Multivariadas de Dados, Cerrado, Diversidade Funcional e Grupos Funcionais.

Lilian Cristina da Silva Santos, Universidade Estadual de Goiás, Ipameri, GO

Mestre em Produção Vegetal pela Universidade Estadual de Goiás. Bióloga pela Fundação Carmelitana Mário Palmério (FUCAMP) de Monte Carmelo MG, com cinco anos de experiência em identificação de espécies de plantas nativas de Cerrado e florestais, possui também experiência na área de germinação e desenvolvimento de mudas de espécies nativas de Cerrado, Fitossociologia e Inventário Florestal.

João Paulo Costa, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG

Possui graduação em Ciências Biológicas (2013 - 2016) pela Fundação Carmelitana Mário Palmério (FUCAMP). Atualmente é Mestrando em Produção Vegetal da Universidade Estadual de Goiás (UEG - Ipameri). Tem experiência na área de Inventário Florestal, Floristica, Fitossociologia e Ecologia Vegetal de Beira de Rodovias.

Lucas Ribeiro da Silva Zica, Universidade Estadual de Goiás, Ipameri, GO

Possui ensino-medio-segundo-grau pelo Colégio Estadual Professor Eduardo Mancini (2012). Tem experiência na área de Recursos Florestais e Engenharia Florestal. 

Bianca Garcia dos Santos, Universidade Estadual de Goiás, Ipameri, GO

Atualmente é graduanda do curso em Engenharia Florestal pela Universidade Estadual de Goiás - Campus Ipameri (2016/2020). É integrante do grupo de pesquisa LIFE- UEG (Laboratório de Inventário Florestal e Ecologia da Universidade Estadual de Goiás), coordenado pelo professor Dr. Vagner Santiago do Vale. Tem experiência na área de Ciências Agrárias, recursos Florestais, Inventário Florestal, Levantamento Fitossociológico, Cerrado, Plano de Recuperação de Área Degradada, Uso medicinal de plantas, Avaliação de toxicidade de extratos aquosos.

Ana Flávia Costa Santos, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, BA

Mestranda em Ciências Florestais pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, campus Vitória da Conquista. Engenheira Florestal pela Universidade Estadual de Goiás - UEG, campus Ipameri (2018). Tem experiência em Recursos Naturais, com ênfase em Inventário Florestal e Fitossociologia em Cerrado e Florestas Tropicais. Foi membro do grupo de pesquisa do Laboratório de Ecologia e Inventário Florestal (LIFE) e atualmente é membro do grupo de pesquisa em Ecologia e Proteção Florestal.

Jamir Afonso do Prado Júnior, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG

Atualmente sou Professor Visitante no Instituto de Biologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Trabalho com Ecologia Vegetal, com ênfase nas áreas de Ecologia Funcional, Dinâmica de Comunidades e Sensoriamento Remoto. Meus principais interesses envolvem as relações entre a diversidade (funcional e filogenética) e os serviços ecossistêmicos (biomassa e recursos para a fauna), e como as mudanças climáticas e de uso do solo afetam estas relações. Sou biólogo, mestre em Botânica e doutor em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com período sanduíche na Universidade de Wageningen (Holanda). Desenvolvi dois pós-doutorados (CNPq e PNPD CAPES) avaliando os direcionadores de estoque de biomassa e carbono em comunidades savânicas e a dinâmica de florestas afetadas por reservatórios artificiais.

Vagner Santiago do Vale, Universidade Estadual de Goiás, Ipameri, GO

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU - 2005) e mestrado e doutorado em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais (UFU - 2008/2012). Atualmente é Professor da Universidade Estadual de Goiás (Ipameri). Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ecologia de Comunidades e Bioestatistica, atuando principalmente nos seguintes temas: Fitossociologia, Florestas Estacionais, Análises Multivariadas de Dados, Cerrado, Diversidade Funcional, Grupos Funcionais, Efeito de Represamento em Comunidades Arbóreas e Dinâmica de Comunidades

Referências

ALVARES, C. A. et al. Koppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, Stuttgart, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2014.

ASSUNÇÃO, S. L.; FELFILI, J. M. Fitossociologia de um fragmento de cerrado sensu stricto na APA do Paranoá, DF, Brasil. Acta Botanica Brasilica, Belo Horizonte, v. 18, n. 4, p. 903-909, 2004.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. 5° Relatório nacional para a Convenção Sobre Diversidade Biológica. Brasil, 2016. 240 p.

COLWELL, R. K. EstimateS: Statistical esmation of spencies richness and shared species from samples. Version 9.1.0. [S. l.: s. n.], 2013.

EISENLOHR, P. V. et al. Fitossociologia no Brasil: métodos e estudos de casos. Viçosa, MG: Editora UFV, 2011. 556 p.

EMBRAPA. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Rio de Janeiro: EMBRAPA Solos, 2006. 306 p.

EMBRAPA CERRADOS. Relatório de atividades da Embrapa Cerrados: 2011 a 2013. Brasília, 2014. 96 p.

FELFILI, J. M.; CARVALHO, F. A.; HAIDAR, R. F. Manual para o monitoramento de parcelas permanentes nos biomas Cerrado e Pantanal. Brasília: Universidade de Brasília, Departamento de Engenharia Florestal, 2005. 55 p.

FELFILI, J. M. et al. Changes in the floristic.composition of cerrado sensu strictu in Brazil over nine-year period. Journal of Tropical Ecology, Cambridge, v. 16, p. 579-590, 2000.

FELFILI, J. M. et al. Fitossociologia da vegetação arbórea. In: FELFILI, J. M.; SILVA-JÚNIOR, M. C. (ed.). Biogeografia do bioma cerrado: estudo fitofisionômico na Chapada do Espigão Mestre do São Francisco. Brasília, DF: UnB, 2001. p. 35-56.

GOTELLI, N. J.; CHAO, A. Measuring and estimating species richness, species diversity, and biotic similarity from sampling data. Encyclopedia of Biodiversity, San Diego, v. 5, p. 195-211, 2013.

GOTELLI, N. J.; ELLISON, A. M. Princípios de estatística em ecologia. 1. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 532 p.

GUSSON, E. A. et al. A importância de uma análise comparativa detalhada: comparando a estrutura arbórea de dois fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual no Triângulo Mineiro. Brazilian Geographical Journal: Geosciences and Humanities Research Medium, Ituiutaba, v. 3, n. 2, p. 471-485, 2012.

HAMMER, O. et al. Paleontological Statistics software package for education and data analysis. Palaeontologia Electronica, [s. l.], v. 4, n. 1, p. 9, 2001.

HILL, M. O. TWINSPAN: A FORTRAN Program for Arranging Multivariate Data in an Ordered Two Way Table by Classification of Individual and Attributes Ecology and Systematics. Ithaca: Cornell University, 1979. 90 p.

IBAMA. Relatório Técnico de Monitoramento do desmatamento no Bioma Cerrado, 2002 a 2008: Dados Revisados. Brasília, 2009. 71 p.

IBGE. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Rio de Janeiro, 2012. 271 p.

IBGE. Mapa de biomas do Brasil. Escala 1:5.000.000. Rio de Janeiro: IBGE, 2004. Disponível em: http://mapas.ibge.gov.br/biomas2/viewer.htm. Acesso em: 20 ago. 2018.

KOTTEK, M. et al. World Map of the Köppen-Geiger climate classification updated. Meteorologische Zeitschrift, Stuttgart, v. 15, n. 3, p. 259-263, 2006.

LEHMANN, C. E. R. et al. Savanna Vegetation-Fire-Climate Relationships Differ Among Continents. Science, New York, v. 343, p. 548-552, 2014.

LOPES, S.F. et al. Análise comparativa da estrutura e composição florística de Cerrado no Brasil central. Interciencia, Caracas, v. 36, n. 1, p. 8-15, 2011.

LOPES, S. F.; VALE, V. S.; SCHIAVINI, I. Efeito de queimadas sobre a estrutura e composição da comunidade vegetal lenhosa do cerado sentido restrito em Caldas Novas, GO. Revista Árvore, Voçosa, MG, v. 33, n. 4, p. 695-704, 2009.

MIRANDA, H. S. et al. Queimadas de Cerrado: caracterização e impactos. In: AGUIAR, L. M. S.; CAMARGO, A. J. A. (ed.). Cerrado: ecologia e caracterização. Planaltina: EMBRAPA Cerrados, 2004. p. 69-123.

MOURA, I. O. et al. Diversidade e estrutura comunitária de cerrado sensu stricto em afloramentos rochosos no parque estadual do Pirineus, Goiás. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 33, n. 3, p. 455-467, 2010.

NAVARINI, F. C. et al. Conforto térmico de bovinos da raça nelore a pasto sob diferentes condições de sombreamento e a pleno sol. Revista Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 29, n. 4, p. 508-517, 2009.

PAULA, J. E. et al. Levantamento florístico e sua distribuição diamétrica da vegetação de um cerrado sensu stricto e de um fragmento de floresta de galeria no ribeirão Dois Irmãos na APA de Cafuringa, DF, Brasil. Biotemas, Florianópolis, v. 22, n. 3, p. 35-46, 2009.

PAULA, J. E.; IMAÑA-ENCINAS, J. I.; SANTANA, O. A. Levantamento florístico e dendrométrico de um hectare de Cerrado sensu stricto em Planaltina, Distrito Federal. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, Recife, v. 2, n. 4, p. 292-296, 2007.

PINHEIRO, E. S.; DURIGAN, G. Dinâmica espaço-temporal (1962-2006) das fitofisionomias em unidade de conservação do Cerrado no sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 32, n. 3, p. 441-454, 2009.

SANO, E. E. et al. Spatial and temporal probabilities of obtaining cloud-free Landsat images over the Brazilian tropical savanna. International Journal of Remote Sensing, [s. l.], v. 28, p. 2739-2752, 2007.

SHEPHERD, G. J. Fitopac 2.1.2.85. Manual do Usuário. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, Departamento de Botânica, 2010.

SLOAN, S. et al. Remaining natural vegetation in the global biodiversity hotspots. Biological Conservation, [s. l.], v. 177, p. 12-24, 2014.

VALE, V. S.; CRESPILHO, R. F.; SCHIAVINI, I. Annalysis of an natural regeneration in a vegetal community of cerrado in Parque Victório Siquierolli, Uberlândia-MG. Bioscience Journal, Uberlândia, v. 25, n. 1, p. 131-145, 2009.

WANG, J. SPECIES: An R Package for Species Richness Estimation. Journal of Statistical Software, [s. l.], v. 40, n. 9, apr. 2011.

Downloads

Publicado

01-09-2020

Como Citar

Rios, J. M., Mariano, G. V. P., Silva, V. P. G. da, Santos, L. C. da S., Costa, J. P., Zica, L. R. da S., Santos, B. G. dos, Santos, A. F. C., Prado Júnior, J. A. do, & Vale, V. S. do. (2020). Comparação de análises fitossociológicas e multivariadas na determinação do grau de conservação de áreas nativas de Cerrado. Ciência Florestal, 30(3), 779–795. https://doi.org/10.5902/1980509835229

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.