Efeito do desempenho de mercado nas formas de financiamento corporativo moderado pelo desvio da dívida-alvo
Resumo
Objetivo: Analisar o efeito do desempenho de mercado nas decisões de financiamento corporativo moderado pelo desvio da dívida-alvo.
Método: O delineamento metodológico encaminhou-se para uma pesquisa descritiva, documental e quantitativa. As empresas estudadas são brasileiras, não financeiras listadas na Bolsa Balcão Bovespa (B3), totalizando 764. Os dados correspondem ao lapso temporal de 2008-2017. Para análise, foram empregadas técnicas estatísticas como exemplo o modelo de regressão probit.
Originalidade/Relevância: A inovação desta pesquisa está na abordagem do desvio da dívida-alvo e sua relação com o desempenho de mercado e as decisões de financiamento corporativo. Embora a teoria de trade-off de Myers (1984) já tenha sido proposta, a pesquisa investiga como o mercado não está percebendo esse desvio, resultando em uma possível anomalia nas escolhas entre emissão de ações e captação de dívidas por empréstimos e financiamentos, afetando o nível ótimo de endividamento.
Resultados: Os achados dessa pesquisa propõem implicações relevantes para literatura de finanças, principalmente a proposta por Myers (1984) na linha trade off, pois o mercado não está percebendo o desvio da dívida-alvo, e como consequência, pode ocorrer uma anomalia na escolha entre emissão de ações e a captação de dívidas por empréstimos e financiamentos o que prejudica o nível ótimo de endividamento.
Contribuições teóricas/metodológicas/práticas: O estudo elucida que as empresas precisam considerar atentamente suas necessidades de financiamento, levando em conta o impacto do desvio da dívida-alvo nas opções de captação de recursos. Uma abordagem mais consciente e fundamentada pode resultar em uma estrutura de capital mais equilibrada, possibilitando uma tomada de decisão mais sólida.
Downloads
Referências
BAYLESS, M., CHAPLINSKY, S. Expectations of security type and the information content of debt and equity offers. Journal of Financial Intermediation v. 1, p.195–214, 1990.
CHAUHAN, G. S.; HUSEYNOV, F. Corporate financing and target behavior: New tests and evidence. Journal of Corporate Finance v. 48, p.116-135, 2018.
CHUNG, K. H.; PRUITT, S. W. A simple approximation of Tobin's q. Financial Management, p. 70-74,1994.
CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: Métodos qualitativo, quantitativo e misto. 2 ed., São Paulo, 2007.
DANIS, A., RETTL, D. A; WHITED, T. M. Refinancing, profitability, and capital structure. Journal of Financial Economics, v. 114 n. 3, p. 424-443, 2014.
DELCOURE, N. The determinants of capital structure in transitional economies. International Review of Economics & Finance, v. 16 n. 3: p. 400-415, 2007.
FAMA, E.; FRENCH, K.Testing trade-off and pecking order predictions about dividends and debt. Review of Financial Studies n. 15, p. 1–34, 2002.
FÁVERO, L. P. . Análise de dados – Modelos de regressão com EXCEL, STATA e SPSS. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
FLANNERY, M. J; RANGAN, K. P. Partial adjustment toward target capital structures. Journal of financial economics, v. 79 n. 3, p. 469-506, 2006.
GRAHAM, J. R.; LEARY, M. T. A review of empirical capital structure research and directions for the future. Annu. Rev. Financ. Econ., v. 3 n. 1, p. 309-345, 2011.
GRAHAM, J. Debt and the marginal tax rate. Journal of Financial Economics. N. 41, p. 41–74, 1996.
GREENE, W. H. The econometric approach to efficiency analysis. The measurement of productive efficiency and productivity growth, v. 1, n. 1, p. 92-250, 2008.
HOVAKIMIAN, A., HOVAKIMIAN, G.; TEHRANIAN, H. Determinants of target capital structure: The case of dual debt and equity issues. Journal of Financial Economics, n. 71, p. 517–540, 2004.
HOVAKIMIAN, A., OPLER, T.; TITMAN, S.The debt-equity choice. Journal of Financial and Quantitative analysis, v. 36 n. 1, p. 1-24, 2001.
JALILVAND, A., HARRIS, R. S. Corporate behavior in adjusting to capital structure and dividend targets: An econometric study. The journal of Finance, v. 39 n. 1, p. 127-145, 1984.
JENSEN, M. Theory of the firm: managerial behavior, agency costs and ownwership structure. Jornal of Finacial Economics, v.3 n. 4, 1976.
JUNG, K., KIM, Y.-C.; STULZ, R., Timing, investment opportunities, managerial discretion, and the security issue decision. Journal of Financial Economics, v. 42, p. 157–185, 1996.
MACKIE-MASON, J., Do firms care who provides their financing? In: Hubbard, R.G. (Ed.), Asymmetric Information, Corporate Finance, and Investment: A National Bureau of Economic Research Project Report. University of Chicago Press, Chicago and London, p. 63–104, 1990.
MARSH, P. The choice between equity and debt: An empirical study. The Journal of finance, v. 37 n. 1, p. 121-144. 1982.
MODIGLIANI, F.; MILLER, M. The costs of capital, corporation finance, and the theory of investment. The American Economic Review, v. 48 n. 3, p. 261-297, 1958.
MYERS, S. C. The Capital Structure Puzzle. The Journal of Finance, v. 39 n. 3: p. 187-221, 1984.
MYERS, S. Determinants of corporate borrowing. Journal of Financial Economics, v. 5, p. 147–175, 1977.
MYERS, S.; MAJLUF, N. Corporate financing and investment decisions when firms have information that investors do not have. Journal of Financial Economics v. 13, p. 187–221, 1984.
RAJAN, R. G; ZINGALES, L. What do we know about capital structure? Some evidence from international data. The Journal of Finance, v. 50, n. 5, p. 1421-1460, 1995.
SHYAM-SUNDER, L.; MYERS, S. Testing static trade-off against pecking order models of capital structure. Journal of Financial Economics, v. 51, n. 2, p. 219-244, 1999.
TITMAN, S; Wessels, R. The determinants of capital structure choice. The Journal of finance, v. 43 n. 1, p. 1-19, 1988.
WHITE, M.J. Corporate Bankruptcy as Filering Device: Chapter 11 Reorganizations and Out-of-Court Debt Restructuring, Journal of Law, Economics, Organization v. 10: p. 268-295.
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution 3.0 (CC BY 3.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.
Recomenda-se a leitura desse link para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.