Walter Benjamin, um crítico em Weimar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/LL63-v36n2-2020-10

Palavras-chave:

Walter Benjamin, Weimar, Barroco alemão, Estado de exceção, Técnica

Resumo

Nosso objetivo nesse ensaio é apresentar como Walter Benjamin acompanhou as transformações de seu tempo no momento em que escrevia Origem do drama barroco alemão e como elas repercutiram e ecoaram em sua obra. Em um primeiro momento, devemos localizar o despertar do interesse histórico de nosso autor na transição do Império Guilhermino para a fundação da República. Depois, devemos retratar os horrores da guerra pelo ethos da germanidade e pela dominação material da técnica como mistificação da história enquanto segunda natureza. Por fim, devemos apresentar, nos conflitos sociais durante a socialdemocracia, a ascensão do nazifascismo, um debate sobre soberania e estado de exceção próprios do barroco alemão. Com isso, esperamos constituir um mosaico histórico do período weimariano a partir de citações do autor oferecendo um panorama de temas que aproximam períodos históricos tão distantes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Michel Amary, Universidade de São Paulo

Possui graduação em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2008), graduação em Filosofia pela Universidade de São Paulo (2014) e mestrado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (2019). Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Estética e Filosofia da Arte, atuando principalmente nos seguintes temas: Walter Benjamin, Drama Barroco, Tragédia, Simbolo e Alegoria.

Referências

ADORNO, T.W; BENJAMIN, W. Correspondências 1928-1940. São Paulo: Unesp, 2012.

ADORNO, T.W; HORKHEIMER, M. A dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.

AGAMBEN, G. Estado de exceção. São Paulo: Boitempo, 2004.

BENJAMIN, W. A obra de arte na época da sua possibilidade de sua reprodução técnica (3ª versão) In: BENJAMIN, W. Estética e sociologia da arte. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

BENJAMIN, W. “As armas do futuro” (a), “Capitalismo como religião” (b), “De cidadão do mundo a grão-burguês” (c) e “Drama barroco e Tragédia” (d). In: BENJAMIN, W. Capitalismo como religião. São Paulo: Boitempo, 2014.

BENJAMIN, W. “Experiência e pobreza” (a) e “Stefan George em retrospectiva” (b). In: BENJAMIN, W. Documentos de cultura, documentos de barbárie: escritos escolhidos. São Paulo: Cultrix, Edusp, 1986.

BENJAMIN, W. “Alarme contra incêndio”, “Ministério Interior”, “Panorama imperial”, “Para o planetário” e “Posto de gasolina”. In: BENJAMIN, W. Rua de mão única e infância berlinense. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

BENJAMIN, W. Origem do drama trágico alemão. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.

BENJAMIN, W. Passagens. Belo Horizonte: UFMG, 2006.

BENJAMIN, W. Sobre o conceito de história. In: BENJAMIN, W. Walter Benjamin: aviso de incêndio. São Paulo: Boitempo, 2005.

BENJAMIN, W. Gesammelte Briefe. Band II. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1996.

BENJAMIN, W. Teoria do fascismo alemão. In: BENJAMIN, W. Obras escolhidas: magia, técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1996.

BERCOVICI, G. Constituição e estado de exceção permanente: a atualidade de Weimar. São Paulo: Azougue Editorial, 2004.

BOLLE, W. Fisionomia da Metrópole Moderna. São Paulo: Edusp, 2000.

BOLLE, W. História. Conceptos de Walter Benjamin. Buenos Aires: Las Quarenta, 2014.

BUCK-MORSS, S. A dialética do olhar: Walter Benjamin e o projeto das passagens. Belo Horizonte: UFMG, 2002.

DYMETMAN, A. Uma arquitetura da indiferença. São Paulo: Perspectiva, 2002.

ELIAS, N. O processo civilizador. Rio de Janeiro: Zahar Edições, 1994.

ELIAS, N. Os alemães. Rio de Janeiro: Zahar Edições, 1992.

KLEIN, C. Weimar. São Paulo: Perspectiva, 1995.

MARINETTI, F. Manifesto del Futurismo. Disponível em: https://it.wikisource.org/wiki/I_Manifesti_del_futurismo/Fondazione_e_Manifesto_del_futurismo. Acesso em: 28 jan. 2020.

MATOS, O. Modernidade: república em estado de exceção. Revista USP, São Paulo, n. 59, 2003.

RICHARDS, L. A república de Weimar. São Paulo: Cia das Letras, 1988.

RINGER, F. O declínio dos mandarins alemães. São Paulo: Edusp, 2000.

ROUANET, S. Apresentação de Origem do drama barroco alemão. São Paulo: Brasiliense, 1984.

SCHOLEM, G. A história de uma amizade. São Paulo: Perspectiva, 1985

TIEDEMANN, R; SCHWEPPENHÄUSER, H. Comentários. In: BENJAMIN. W. Origem do drama trágico alemão. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.

WITTE, B. Walter Benjamin: uma biografia. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

Downloads

Publicado

2020-12-31

Como Citar

AMARY, M. Walter Benjamin, um crítico em Weimar. Letras & Letras, Uberlândia, v. 36, n. 2, p. 181–217, 2020. DOI: 10.14393/LL63-v36n2-2020-10. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/letraseletras/article/view/50835. Acesso em: 30 abr. 2024.