A complementaridade entre educação (formal, não formal e informal) e (auto, hetero e eco) formação: uma discussão a partir de autobiografias

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984644461311

Palavras-chave:

educação, formação, autobiografia, iniciativa individual

Resumo

Neste texto argumenta-se sobre a articulação entre as modalidades de educação formal, não formal e informal, sendo que esta relação se torna coerente nas biografias de sujeitos inscritas em contextos históricos específicos. Relaciona-se esta articulação com a necessária ligação entre a auto, hetero e ecoformação, quando se discutem aprendizagens desenvolvidas. Depois de uma discussão de carácter teórico, são analisadas duas autobiografias que se inscrevem no contexto da emigração portuguesa em França, nas quais os sujeitos relatam momentos-chave de educação e formação. Este debate permite responder à questão: como é que a auto, a hetero e a ecoformação se traduzem em aprendizagens? A análise de conteúdo é a técnica de discussão de dados usada. A interpretação dos dados recolhidos enfatiza a circunstância da educação e a formação, resultantes de dinâmicas individuais e coletivas, permitirem desenvolver conhecimentos que enfatizam saber aprender, saber compreender e saber projetar-se.

Referências

ALHEIT, Peter & DAUSIEN, Bettina. Processo de formação e aprendizagens ao longo da vida. Educação e Pesquisa, vol.32, n.1, p. 177-197, 2006.

BÉZILLE, Hélène. Du témoignage au travail sur les représentations. In Hélène Bézille e Bernardette Courtois, Dirs., Penser la relation expérience-formation. Lyon: Chronique Sociale, 2006.

CANÁRIO, Rui. Aprender sem ser ensinado. A importância estratégica da educação não formal. In: AAVV, Educação em Portugal (1986-2006): alguns contributos de investigação. Lisboa: Conselho Nacional de Educação, 2007.

CAVACO, Cármen. Adultos pouco escolarizados. Políticas e práticas de formação. Lisboa: Educa, 2009.

CIFALI, Mireille. Le lien éducatif: contre-jour psychanalitique. Paris: PUF, 1998.

COOMBS, Philip H. Non-formal education: myths, realities, and opportunities. Comparative Education Review, vol. 20, n.º 3, p. 281-293, 1976.

DESROCHE, Henri. Entrependre d’apprendre: de l’autobiographie raisonnée aux projets d’une recherche-action. Paris: Ed. Ouvrières, 1990.

DUBET, Claude. Sociologie de l’éxpérience. Paris: Seuil, 1994.

FARIA-FORTECÖEF, Clarisse. Formation tout au long de la vie en Europe. Approche comparée exploratoire centrée sur l’iniciative individuelle: le cas de la France et du Portugal. Paris: Université Paris VIII – Vincennes Saint-Denis, 2010.

FARIA-FORTECÖEF, Clarisse & GUIMARÃES, Paula. L’initiative individuelle en education et formation: une posture face à l’improbable? Chemins de Formation. Au Fils du Temps, n.º 18, p. 89-94, 2014.

FAURE, Edgar (Dir.), HERRERA, Felipe, KADDOURA, Abdul-Razzak, LOPES, Henri, PETROVSKI, Arthur V., RAHNEMA, Majid & WARD, Frederick Champion. Aprender a ser. Lisboa: Livraria Bertrand, 1981.

GALVANI, Pascal. Quête de sens et formation: anthropologie du blason et de l’autoformation. Paris, Montréal: L’Harmattan, 1997.

GALVANI, Pascal. La conscientisation de l'expérience vécue: ateliers pour la recherche-formation. In : BEZILLE, Hélène e COURTOIS, Bernardette, Dir., Penser la relation expérience-formation. Lyon : Chronique Sociale, 2006.

GAULEJAC, Vincent de. La névrose de classe. Paris : Editions Hommes et Groupes, 1999.

GUIMARÃES, Paula. Políticas de educação de adultos (1999-2006). A emergência da educação e formação para a competitividade. Braga: Instituto de Educação-Cied, 2011.

GUIMARÃES, Paula & FARIA-FORTECÖEF, Clarisse. A educação como um dever e uma filosofia de vida: trajetórias educativas atípicas no contexto de emigração. In: PALHARES, José Augusto; AFONSO, Almerindo Janela (Orgs.), O não-formal e o informal em educação: centralidades e periferias. Atas do I Colóquio Internacional de Ciências da Educação. III Encontro de Sociologia da Educação. Braga: Universidade do Minho/Cied, 2013.

JOSSO, Marie-Christine.Formação de adultos: aprender a viver e a gerir mudanças. In CANÁRIO, Rui e CABRITO, Belmiro (Orgs.), Educação e formação de adultos. mutações e convergências. Lisboa: Educa, 2008.

LAHIRE, Bernard. Sucesso escolar nos meios populares. As razões do improvável. São Paulo. Editora Ática, 2008.

LEANDRO, Maria Engrácia. Dinâmica social e familiar dos projetos migratórios – uma perspetiva analítica. Análise Social, XXXIX (170), p. 94-118, 2004.

LESSARD-HEBERT, Michelle; GOYETTE, Gabriel & BOUTIN, Gérald. Investigação qualitativa. Fundamentos e práticas. Lisboa: Instituto Piaget, 2005.

LIMA, Licínio C. A educação de adultos em Portugal (1974-2004). In Canário, Rui; Cabrito, Belmiro (Orgs.), Educação e formação de adultos. mutações e convergências. Lisboa: Educa, 2008.

LIMA, Licínio C., Coord.; ESTÊVÃO, M. Lucas; MATOS, Lisete; MELO, Alberto & MENDONÇA, Amélia. Documentos preparatórios III. Comissão de Reforma do Sistema Educativo. Lisboa: Ministério da Educação, 1988.

PALHARES, José Augusto (2009). Reflexões sobre o não-escolar na escola e para além dela. Revista Portuguesa de Educação, vol. 22, n.º 2, p. 53-84, 2009.

PILON, Jean-Marc & DESMARAIS, Danielle. Les enjeux liés à la pratique des histoires de vie au carrefour de la formation des adultes, de la recherche et de l’intervention. In: Danielle Desmarais; Jean-Marc Pilon (Coords.), Pratiques des histoires de vie. Au carrefour de la formation, de la recherche et de l’intervention. Paris: L’Harmattan, 1996.

PINEAU, Gaston. A autoformação no decurso da vida: entre a hétero e a ecoformação. In M. Finger; A. Nóvoa (Orgs.), O método (auto)biográfico e a formação. Lisboa: Ministério da Saúde, 1988.

PINEAU, Gaston & Marie-Michèle. Produire sa vie: autoformation et autobiographie. Paris: Téraèdre, 2012.

PRÉVOST, Hervé. L’individualisation de la formation: autonomie et-ou socialisation. Lyon: Chronique Sociale, 1994.

REBOUL, Olivier. Qu’est-ce qu’apprendre? Paris: PUF, 1999.

RICOEUR, Paul. Du texte à l’action. Paris: Éditions du Seuil, 1986.

ROGERS, Alan. The Bases of the Iceberg. Informal Learning and Its Impacts on Fornal and Informal Learning. Opladen: Barbara Budrich Publishers, 2014.

ROGERS, Carl. Liberté pour apprendre. Paris: Dunod, 1976.

TANGUY, Lucie. La fabrication d’un bien universel. In Guy Brucy, Pascal Caillaud, In: Quenson, Emmanuel; Tanguy, Lucie, Former pour réformer. Retour sur la formation permanente (1945-2004). Paris: La Découverte, 2007.

UNESCO. Recomendação sobre o desenvolvimento da educação de adultos aprovada pela Conferencia Geral da UNESCO na sua décima nona reunião. Nairobi, 26 de novembro de 1976. Braga: Universidade do Minho/Projecto de Educação de Adultos, 1977.

UNESCO. V Conferência internacional de educação de adultos. Lisboa: Ministério da Educação, 1998.

VASSILEF, Jean. Histoires de vie et pédagogie du projet. Lyon: Chronique Sociale, 1999.

Downloads

Publicado

2021-03-30

Como Citar

Guimarães, P., & Faria-Fortecoëf, C. (2021). A complementaridade entre educação (formal, não formal e informal) e (auto, hetero e eco) formação: uma discussão a partir de autobiografias. Educação, 46(1), e32/ 1–22. https://doi.org/10.5902/1984644461311

Edição

Seção

Dossiê – Políticas educativas, mediações e educação de jovens e adultos: olhares de resistência - 2021