Semiose negra decolonial em Carolina Maria de Jesus

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/raido.v14i34.10905

Palavras-chave:

Signo. Interpretante. Mulher negra. Decolonialismo.

Resumo

Objetiva-se, neste estudo, discutir a constituição do signo mulher negra pe-los dizeres de Maria Carolina de Jesus (2014), tomando como referência fragmentos da narrativa autobiográfica “Favela”, bem como o problema de pesquisa: de que maneira se constitui a representação sígnica mulher negra na produção textual autobriográfica de Carolina Maria de Jesus? Parte-se da hipótese de que sua condição de negra é construída pelos resquícios de um colonialismo que marginaliza os subalternizados. Ancora-se nos fundamentos teóricos da Semiótica de Peirce (2008), no que se refere a signo e represen-tação, sob o olhar de Santella (1992/2000/2003) e Araújo (2004), bem como nos princípios de decolonialidade, alicerçados por Bernardino-Costa e Grosfoguel (2016), Quintero et al (2019). Quanto à metodologia, trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo, em que o método se retroalimenta pela fenomenologia, tendo em vista que os sentidos do signo mu-lher negra, inserida em seu quotidiano intersemiótico, movem o estudo.

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Biografia do Autor

Mirian Ribeiro de Oliveira, Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

Doutora em Letras pela Universidade Federal da Paraíba - UFPB, Profª. efetiva da Universidadedo Estado da Bahia - UNEB - Colegiado de Letras - CAMPUS VI/Caetité-Ba.

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Publicado

16.07.2020

Como Citar

Oliveira, M. R. de. (2020). Semiose negra decolonial em Carolina Maria de Jesus. Raído, 14(34), 37–52. https://doi.org/10.30612/raido.v14i34.10905

Edição

Seção

Estudos de cultura contemporâneas e i(n)dentidades: interfaces brasileiras e sul-americanas

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