O uso da categoria "raça" na biomedicina

Autores

  • Silvia Cardoso Bittencourt UFSC
  • Sandra Caponi UFSC

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-9851.2009v10n97p290

Resumo

O propósito deste estudo é analisar o conceito de “raça” na biomedicina a partir das reflexões de Hannah Arendt, Lewontin e Sahlins. A primeira considera que a categoria “raça” está ligada a apreciações ideológicas e vinculada à idéia de racismo, e que não pode ser considerada como uma categoria biológica. A partir de exemplos de utilização de “raça” na área biomédica, questiono seu uso enquanto categoria de análise. Esse uso tem gerado discussões epistemológicas em várias áreas do conhecimento, pois carrega aspectos ideológicos e políticos nem sempre explícitos. Um efeito indesejável ao admitir características biológicas inatas é que fatores relacionados ao modo de vida e ao contexto ao qual o indivíduo pertence podem ser negligenciados. Associar condições de aptidão, saúde ou propensão a determinada conduta com “raça” como categoria biológica desvia o olhar de aspectos históricos, condições sócio-econômicas e discriminação cultural, podendo levar à defesa de posições ideológicas próximas ao determinismo biológico.

Biografia do Autor

Silvia Cardoso Bittencourt, UFSC

doutoranda do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas

Sandra Caponi, UFSC

Professora do Departamento de SAúde Pública e do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas

Downloads

Publicado

2009-11-16

Edição

Seção

Ensaios