Rating soberano, governança corporativa e desempenho da firma: evidências no Brasil

Palavras-chave: Rating Soberano; Governança Corporativa; Desempenho da Firma; Empresas Brasileiras.

Resumo

Este artigo analisou os impactos do rating soberano e da governança corporativa sobre o desempenho de empresas brasileiras listadas na B3. Utilizou-se regressão com dados em painel para 671 empresas não financeiras no período de 2010 a 2017. O desempenho foi medido pelo ROA e Q de Tobin. As variáveis de governança corporativa foram analisadas de forma isolada e por meio da construção de dois índices – IGOV1 e IGOV2, sendo o primeiro voltado para o poder de influência dos controladores no conselho de administração e o segundo que mensurou o poder de entrincheiramento dos CEOs. Encontrou-se que, em períodos de boa classificação do rating soberano no Brasil, as companhias são mais valorizadas e possuem melhor desempenho. Percebeu-se que quando as empresas são auditadas por uma das quatro maiores firmas de auditoria do mundo, possuem uma proporção maior de conselheiros independentes e profissionais, isso pode aumentar sua performance. Porém, quando o CEO é também o presidente do conselho e quando há maior proporção de diretores eleitos pelo acionista controlador, o desempenho das companhias se reduz. Constatou-se que o rating soberano possui uma relação positiva com a performance, e que o mesmo pode ser considerado importante para o desempenho e valor das empresas na ausência de informações sobre a governança. Além disso, verificou-se que a redução do poder de influência dos controladores no conselho e do poder de entrincheiramento dos gestores podem aumentar o valor das empresas e alinhar as ações gerenciais com os interesses dos acionistas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Duterval Jesuka, Faculdade de Gestão e Negócios, Universidade Federal de Uberlândia

Mestre em Administração
Universidade Federal de Uberlândia

Fernanda Maciel Peixoto, Universidade Federal de Uberlândia

Doutora em Administração
Universidade Federal de Uberlândia

Referências

ALALI, Fatima; ANANDARAJAN, Asokan; JIANG, Wei. The effect of corporate governance on firm’s credit ratings: further evidence using governance score in the United States. Accounting & Finance, v. 52, n. 2, p. 291-312, 2012.

ALMEIDA, H.; CUNHA, I.; FERREIRA, M. A.; RESTREPO, F. The real effects of credit ratings: The sovereign ceiling channel. The Journal of Finance, v. 72, n. 1, p. 249-290, 2017.

ASHBAUGH-SKAIFE, H.; COLLINS, D. W.; LAFOND, R. The effects of corporate governance on firms’ credit ratings. Journal of accounting and economics, v. 42, n. 1-2, p. 203-243, 2006.

BHAGAT, S.; BOLTON, B. Corporate governance and firm performance. Journal of corporate finance, v. 14, n. 3, p. 257-273, 2008. https://doi.org/10.1016/j.jcorpfin.2008.03.006

BUALLAY, A.; HAMDAN, A.; ZUREIGAT, Q. Corporate governance and firm performance: evidence from Saudi Arabia. Australasian Accounting, Business and Finance Journal, v. 11, n. 1, p. 78-98, 2017. https://doi.org/10.14453/aabfj.v11i1.6

CANTOR, R; PACKER, F. Sovereign risk assessment and agency credit ratings. European Financial Management, v. 2, n. 2, p. 247-256, 1996.

CARVALHAL-DA-SILVA, A.; LEAL, R. P. C. Corporate governance index, firm valuation and performance in Brazil. Brazilian Review of Finance, v. 3, n. 1, p. 1-18, 2005.

Catapan, A.; Colauto, R. D.; Barros, C. M. A Relação Entre a Governança Corporativa e o Desempenho Econômico-Financeiro de Empresas de Capital Aberto do Brasil. ournal of Accounting, Management and Governance, v. 16, n. 2, 2013.

CHEE, S. W.; FAH, C. F.; NASSIR, A. M. Macroeconomics Determinants of Sovereign Credit Ratings. International Business Research, v. 8, n. 2, p. 42, 2015.

CHEN, G.; FIRTH, M.; GAO, D. N.; RUI, O. M. Ownership structure, corporate governance, and fraud: Evidence from China. Journal of Corporate Finance, v. 12, n. 3, p. 424-448, 2006.

CONNELLY, J.T.; LIMPAPHAYOM, P.; NAGARAJAN, N.J. Form versus substance: the effect of ownership structure and corporate governance on firm value in Thailand. Journal of Banking & Finance, v. 36, n. 6, p. 1722-1743, 2012. https://doi.org/10.1016/j.jbankfin.2012.01.017

CONSONI, S.; COLAUTO, R. D.; LIMA, G. A. S. F. A divulgação voluntária e o gerenciamento de resultados contábeis: evidências no mercado de capitais brasileiro. Revista Contabilidade & Finanças, v. 28, n. 74, p. 249-263, 2017.

DAL VESCO, D.; BEUREN, I. M. Do the Board of Directors Composition and the Board Interlocking Influence on Performance? Brazilian Administration Review, v. 13, n. 2, 2016.

DETTHAMRONG, U.; CHANCHARAT, N.; VITHESSONTHI, C. Corporate governance, capital structure and firm performance: Evidence from Thailand. Research in International Business and Finance, v. 42, p. 689-709, 2017.

ELSAYED, K. Does CEO duality really affect corporate performance? Corporate governance: an international review, v. 15, n. 6, p. 1203-1214, 2007.

HARRIS, M., RAVIV, A. A theory of board control and size. The Review of Financial Studies, v. 21, n. 4, p. 1797-1832, 2008. https://doi.org/10.1093/rfs/hhl030

JACKLING, B.; JOHL, S. Board structure and firm performance: evidence from India's top companies. Corporate Governance: An International Review, v. 17, n. 4, p. 492-509, 2009.

JENSEN, M. C.; MECKLING, W. H. Theory of the firm: Managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of financial economics, v. 3, n. 4, p. 305-360, 1976.

KISGEN, D. J. The impact of credit ratings on corporate behavior: Evidence from Moody's adjustments. Journal of Corporate Finance, v. 58, p. 567-582, 2019.

KIZILDAG, M.; ALTIN, M.; OZDEMIR, O. Corporate governance, ownership structure, and credit ratings of hospitality firms. The Journal of Hospitality Financial Management, v. 24, n. 1, p. 5-19, 2016.

KLAPPER, L.; LOVE, I. Corporate Governance, Investor Protection, and Performance in Emerging Markets. Journal of corporate Finance, v. 10, n. 5, p. 703-728, 2004.

KLOTZLE, M. C.; VITOR, P.; SILVA, G.; RENAN, F.; BRANDÃO, S.; CARLOS, A.; PINTO, F. Impactos do Rating Soberano Brasileiro sobre Ações de Estatais. Revista da Faculdade de Administração e Economia, v. 8, n. 1, p. 209-229, 2016.

LA PORTA, R.; LOPEZ-DE-SILANES, F.; SHLEIFER, A.; VISHNY, R. Investor protection and corporate valuation. The journal of finance, v. 57, n. 3, p. 1147-1170, 2002.

LEAL, R. P. C.; CARVALHAL, A.; IERVOLINO, A. One Decade of Evolution of Corporate Governance Practices in Brazil. Ssrn, v. 13, n. 1, p. 134–161.

LEFORT, F.; URZÚA, F. Board independence, firm performance and ownership concentration: Evidence from Chile. Journal of Business Research, v. 61, n. 6, p. 615-622, 2008.

LIMA, O.; OLIVEIRA, D.; SANTOS, M.; PESSOA, N. Governança Corporativa e Desempenho Econômico: uma análise dos indicadores de desempenho entre os três níveis do mercado diferenciado da BM&F Bovespa. REGE-Revista de Gestão, v. 22, n. 2, p. 187-204, 2015.

MAK, Y.T.; KUSNADI, Y. Size really matters: further evidence on the negative relationship between board size and firm value. Pacific-Basin finance journal, v. 13, n. 3, p. 301-318, 2005.

MARGARITIS, D.; PSILLAKI, M. Capital structure, equity ownership and firm performance. Journal of Banking & Finance, v. 34, n. 3, p. 621-632, 2010.

MENDONÇA, F. F. P.; TERRA, P. R. S. Estrutura de Capital e Mecanismos Externos de Governança: Uma Análise Multipaís. 2016. Tese de Doutorado.

MOKHOVA, N.; ZINECKER, M. Capital structure and the country default risk: the evidence from Visegrad group. The Macrotheme Review, v. 2, n. 1, p. 155-179, 2013.

Mokhova, N., & Zinecker, M. Sovereign debt and corporate capital structure: the evidence from selected european countries during the global financial and economic crisis. Business: Theory and Practice, v. 18, p. 14-24, 2017.

MYERS, S. C.; MAJLUF, N. S. Corporate financing and investment decisions when firms have information that investors do not have. Journal of Financial Economics, v. 13, n.2, p. 187-221, 1984.

NG, A.; ARIFF, M. Does credit rating revision affect the price of a special class of common stock? Borsa Istanbul Review, v. 19, p. 44-55, 2019.

PANIAGUA, J.; RIVELLES, R.; SAPENA, R. Corporate governance and financial performance: The role of ownership and board structure. Journal of Business Research, v. 89, p. 229-234, 2018. https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2018.01.060

DE PAULI, R. C.; JUNIOR, K. M. Determinantes e impactos dos' ratings' soberanos brasileiros. Revista Economia & Tecnologia, v. 4, n. 2, 2008.

PILLAI, R..; AL-MALKAWI, H. A. N. On the relationship between corporate governance and firm performance: Evidence from GCC countries. Research in International Business and Finance, v. 44, p. 394-410, 2018. https://doi.org/10.1016/j.ribaf.2017.07.110

SHLEIFER, A.; VISHNY, R. W. A survey of corporate governance. . The journal of finance, v. 52, n. 2, p. 737-783, 1997. https://doi.org/10.1111/j.1540-6261.1997.tb04820.x

SILVA, A. L. C.; CHIEN, A. C. Remuneração executiva, valor e desempenho das empresas brasileiras listadas. Revista Brasileira de Finanças, v. 11, n. 4, p. 481-502, 2013.

VIEIRA, K. M.; VELASQUEZ, M. D. P.; LOSEKANN, V. L.; CERETTA, P. S. A influência da governança corporativa no desempenho e na estrutura de capital das empresas listadas na Bovespa. Revista Universo Contábil, v. 7, n. 1, p. 46-67, 2011.

WEBER, J. Discussion of the effects of corporate governance on firms’ credit ratings. Journal of accounting and economics, v. 42, n. 1-2, p. 245-254, 2006.

WHITE, L. J. Markets: The Credit Rating Agencies. Journal of Economic Perspectives, v. 24, n. 2, p. 211-26, 2010. https://doi.org/10.1257/jep.24.2.211

YANG, T.; ZHAO, S. CEO duality and firm performance: Evidence from an exogenous shock to the competitive environment. Journal of Banking & Finance, v. 49, p. 534-552, 2014.
Publicado
2022-10-11
Como Citar
Jesuka, D., & Maciel Peixoto, F. (2022). Rating soberano, governança corporativa e desempenho da firma: evidências no Brasil. Enfoque: Reflexão Contábil, 41(3), 37-54. https://doi.org/10.4025/enfoque.v41i3.56986
Seção
Artigos Originais