Considerações a Respeito Evolução das Vertentes

Autores

  • João José Bigarella Universidade do Paraná
  • Maria Regina Mousinho Conselho Nacional de Geografia
  • Jorge Xavier da Silva Universidade do Brasil

DOI:

https://doi.org/10.36403/espacoaberto.2021.48162

Palavras-chave:

Nível de Base, Pediplanos, Pedimentos, Evolução da Paisagem

Resumo

Trabalho publicado originalmente no Boletim Paranaense de Geografia, n. 16/17, em julho de 1965, p. 85-116. Sendo a pesquisa realizada sob os auspícios da Universidade do Paraná e do Conselho Nacional de Pesquisas.

Neste artigo, discutimos a nova interpretação da morfologia das áreas tropicais e subtropicais da parte oriental do Brasil. A evolução da encosta é considerada principalmente como consequência das mudanças climáticas pleistocênicas. Durante épocas de clima úmido (estágios interglaciais) a paisagem foi dissecada. Nessa época, o declive evoluía por meio de profunda decomposição química e desnudação e, principalmente, por movimento gravitacional de massa. Durante períodos de semiaridez, correlacionados com as glaciações pleistocênicas, a paisagem foi desenvolvida por morfogênese mecânica, degradação lateral e recuo paralelo das encostas por processos de pedimentação. A ciclicidade das mudanças climáticas ocasionou o aparecimento cíclico de formas degradacionais e de agressão características de cada um dos tipos climáticos. O levantamento crustal desempenhou um papel secundário no desenvolvimento das formas cíclicas. Essas feições originaram-se simultaneamente nos segmentos mais elevados do sistema de drenagem. Seriam essencialmente o resultado de dois fatores: mudanças climáticas e variações do nível de base local em diferentes segmentos elevados do sistema de drenagem. Deste modo é explicada a origem dos pediplanos e seus depósitos correlativos desenvolvidos durante condições climáticas semiáridas. As formas e depósitos deste tipo são recorrentes em toda a paisagem, estando mais bem preservados do que as feições desenvolvidas em condições climáticas úmidas. Estes últimos são responsáveis pela sucessão dos níveis erosivos e pela dissecação da paisagem.

Biografia do Autor

João José Bigarella, Universidade do Paraná

Professor do Departamento de Geologia, Setor de Ciências da Terra (in memoriam)

Maria Regina Mousinho, Conselho Nacional de Geografia

Professora do Departamento de Geografia, Instituto de Geociências (in memoriam)

Jorge Xavier da Silva, Universidade do Brasil

Professor do Departamento de Geografia, Instituto de Geociências (in memoriam)

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Publicado

2021-12-22

Como Citar

Bigarella, J. J., Mousinho, M. R., & Silva, J. X. da. (2021). Considerações a Respeito Evolução das Vertentes. Espaço Aberto, 11(2), 181–209. https://doi.org/10.36403/espacoaberto.2021.48162