A percepção de terapeutas ocupacionais sobre suicídio e sua formação profissional para o manejo de adolescentes com comportamento suicida/The perception of occupational therapists on suicide and its their professional training for the management of suicidal behavior with teenagers

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto45855

Palavras-chave:

Adolescentes. Capacitação profissional. Suicídio. Terapia Ocupacional.

Resumo

Introdução: A adolescência é um período de grandes mudanças biopsicossociais, tornando os jovens suscetíveis a alterações comportamentais e emocionais, inclusive, atitudes suicidas. Desta forma, sabe-se que há a necessidade de profissionais qualificados, incluindo o terapeuta ocupacional. Objetivo: Compreender a percepção de terapeutas ocupacionais que atuam na Estratégia Saúde da Família, sobre sua formação profissional para o manejo do adolescente com comportamento suicida. Método: Pesquisa de abordagem qualitativa do tipo exploratória, através de entrevista semiestruturada, com terapeutas ocupacionais do Nasf-AB, realizada no período de março a abril de 2019, nas Unidades Básicas de Saúde. Resultados e discussões:  Sobre o suicídio na fase da adolescência, houve um olhar direcionado para a imaturidade emocional e impulsividade. Identificou-se que lacunas no processo de formação profissional, da graduação à formação continuada na Atenção Básica, limitam a realização de intervenções próprias do terapeuta ocupacional frente a essa demanda. Apesar disso, há o conhecimento das políticas públicas e estratégias de cuidados na Atenção Básica e rede de cuidados. Conclusão: Verificou-se a necessidade de capacitação do terapeuta ocupacional para o manejo de adolescentes com comportamento suicida.

Palavras-chaves: Adolescentes. Formação profissional. Suicídio. Terapia Ocupacional.


Abstract
Introduction: Adolescence is a period of great biopsychosocial changes, making young people susceptible to behavioral and emotional changes, including suicidal attitudes. Thus, it is known that there is a need for qualified professionals, including the occupational therapist. Objective: To understand the perception of occupational therapists who work in the Family Health-care Strategy about their professional training for managing adolescents with suicidal behavior. Method: Qualitative exploratory research, through a semi-structured interview, with occupational therapists from Nasf-AB, carried out from March to April 2019, in Health-care Units. Results and discussions: Regarding suicide in the phase of adolescence, there was a focus on emotional immaturity and impulsiveness. It was identified that gaps in the professional training process, from graduation to continuing education in Primary Health Care, limit the performance of interventions specific to occupational therapists in view of this demand. Despite this, there is knowledge of public policies and care strategies in Primary Care and care network. Conclusion: There was a need to train occupational therapists to manage adolescents with suicidal behavior.

Keywords: Adolescent. Professional qualification. Suicide. Occupational Therapy.

 

Resumen

Introducción:  La adolescencia es un período de grandes cambios biopsicosociales que hacen que los jóvenes sean susceptibles a cambios conductuales y emocionales, incluidas las actitudes suicidas. Por tanto, se sabe que existe la necesidad de profesionales cualificados, incluido el terapeuta ocupacional. Objetivo: Comprender la percepción de los terapeutas ocupacionales que trabajan en la Estrategia Salud de la Familia sobre su formación profesional para el manejo de adolescentes con conducta suicida. Método: Investigación exploratoria cualitativa, mediante entrevista semiestructurada, con terapeutas ocupacionales de Nasf-AB, realizada de marzo a abril de 2019, en Unidades Básicas de Salud. Resultados: Respecto al suicidio en la etapa de la adolescencia, hubo un enfoque sobre la inmadurez emocional y la impulsividad. Se identificó que las brechas en el proceso de formación profesional, desde la graduación hasta la formación continua en Atención Primaria, limitan la realización de intervenciones específicas de los terapeutas ocupacionales ante esta demanda. A pesar de ello, existe conocimiento de las políticas públicas y estrategias de atención en Atención Primaria y red de atención. Conclusiones: existía la necesidad de capacitar a los terapeutas ocupacionales para manejar a los adolescentes con comportamiento suicida.

Palabras clave: Adolescentes. Formanión professional. Suicidio. Terapia ocupacional.

Referências

Amaral, A.P. et al. (2020). Depressão e ideação suicida na adolescência: implementação e avaliação de um programa de intervenção. Revista Eletrônica trimestral de enfermaria. 59:13-24. https://doi.org/10.6018/eglobal.402951.

American Psychiatric Association. (2014). DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Artmed Editora. http://www.niip.com.br/wp-content/uploads/2018/06/Manual-Diagnosico-e-Estatistico-de-Transtornos-Mentais-DSM-5-1-pdf.pdf.

Baeré, F; Conceição, M.I.G. (2018). Análise da produção discursiva de notícias sobre o suicídio de LGBT’s em um jornal impresso do Distrito Federal. Revista Ártemis, 15(1): 74-88. https://doi.org/10.22478/ufpb.1807-8214.2018v25n1.37229.

Bardin, L. (2008). Análise de conteúdo. 3.ed. Lisboa: Edições 70.

Benetton, J. Marcolino, T.Q. (2013). As atividades no Método Terapia Ocupacional Dinâmica. Cad. Ter. Ocup. UFSCar, São Carlos, 21(3): 645-652. http://dx.doi.org/10.4322/cto.2013.067.

Botega, N. J. (2015). Crise suicida: avaliação e manejo [recurso eletrônico] / Neury José Botega. – Porto Alegre: Artmed. http://livrogratuitosja.com/wp-content/uploads/2021/03/Crise-suicida-Neury-Jose-Botega.pdf.

Brasil. (2007). Marco legal: saúde, um direito de adolescentes / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Área de Saúde do Adolescente e do Jovem. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/07_0400_M.pdf

Brasil. (2014). Caderno de Atenção Básica: Núcleo de Apoio a Saúde da família - Volume 1: Ferramentas para gestão e para o trabalho cotidiano. Brasília: Ministério de saúde. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/nucleo_apoio_saude_familia_cab39.pdf.

Brasil. (2017). Proteger e cuidar da saúde de adolescentes na atenção básica. Brasília: Ministério da Saúde. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/proteger_cuidar_adolescentes_atencao_basica.pdf.

Brasil. (2017). Agenda de Ações Estratégicas para a Vigilância e Prevenção do Suicídio e Promoção da Saúde no Brasil. Brasília: Ministério da saúde. https://www.neca.org.br/wp-content/uploads/cartilha_agenda-estrategica-publicada.pdf.

Brasil. (2010). Caderno de Atenção Básica: Diretrizes do Núcleo de Apoio a Saúde da Família. Brasília: Ministério de Saúde. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica_diretrizes_nasf.pdf.

Brasil. (2002). Resolução CNE/CES 6, de 19 de fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Terapia Ocupacional. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES062002.pdf

Brasil. (2006). Portaria n. 1.876, de 14 de agosto de 2006. Define diretrizes nacionais de prevenção ao suicídio. Diário Oficial da União. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt1876_14_08_2006.html.

Brasil. (2017). Ministério da Saúde lança Agenda Estratégica de Prevenção do Suicídio. http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/21/Coletiva-suicidio-21-09.pdf.

Sabino, J.S. et al (2017). As ações da terapia ocupacional com adolescentes em situação de vulnerabilidade social: uma revisão de literatura. Cad. Bras. Ter. Ocup., 25(3): 627-640. https://doi.org/10.4322/2526-8910.ctoAR1046

Duarte, M.P.; Silva, A.C.D. (2018). Contribuições e desafios da terapia ocupacional no Núcleo de Apoio à Saúde da Família: uma revisão da literatura. Cad. Bras. Ter. Ocup., São Carlos, 26(1): 177-186. https://doi.org/10.4322/2526-8910.ctoAR0801.

Eisenstein, E. (2005). Adolescência: definições, conceitos e critérios. Adolescência e Saúde, 2(2): 6-7. https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/abr-451.

Favazza, A. R. (1989). Abstracts and Reviews: 1. General and Theoretical Issues: Normal and Deviant Self-Mutilation. Transcultural Psychiatric Research Review, 26(1): 113–127. http://dx.doi.org/10.3233 / BEN-1990-3202.

Ferreira, K.G; Gonçalves, M.V. (2018). A perspectiva dos estudantes sobre a abordagem do suicídio na formação em Terapia Ocupacional. Cad. Bras. Ter. Ocup., São Carlos, 26(4): 883-891. https://doi.org/10.4322/2526-8910.ctoAO1610.

Figueiredo, M.O. et al. (2018). Terapia ocupacional: uma profissão relacionada ao feminino. História, Ciências, Saúde, 25(1): 115- 126. https://doi.org/10.1590/S0104-59702018000100007.

Guimarães, D. S. L; Falcão, I.V. (2014). Análise de atividades de formação do terapeuta ocupacional: um estudo com os preceptores de estágio da UFPE. Rev Ter Ocup Univ São Paulo, 15(2): 63-70. https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v15i2p63-70.

Lima, A.C.S; Falcão, I.V. (2014). A formação do terapeuta ocupacional e seu papel no Núcleo de Apoio a Saúde da Família-NASF do Recife, PE. Cad. Bras. Ter. Ocup., São Carlos, 22(1). https://doi.org/10.4322/cto.2014.002.

Melo, A.K.; Siebra, A.J.; Moreira, V. (2017). Depressão em Adolescentes: Revisão da Literatura e o Lugar da Pesquisa Fenomenológica. Psicol., Ciênc. Prof., 37(1): 18-34. https://doi.org/10.1590/1982-37030001712014.

Minayo, M. C. (2002). Pesquisa social: teoria e método. 28. Ed. Petrópolis: vozes.

Montrezor, J. B. (2013). A Terapia Ocupacional na prática de grupos e oficinas terapêuticas com pacientes de saúde mental. Cad. Ter. Ocup. UFSCar, São Carlos, 21(3):529-536. http://dx.doi.org/10.4322/cto.2013.055

Moreira, L.C.O.; Bastos, P.R.H.O. (2015). Prevalência e fatores associados à ideação suicida na adolescência: revisão de literatura., Psicol. Esc. Educ., 19(3): 445-453. https://doi.org/10.1590/2175-3539/2015/0193857.

Neto, G.C.R. (2018). Suicídio e religião. Revista dos alunos do Programa de Pós-Graduação de Ciência da Religião UFJP. 15(2): 637-649. https://doi.org/10.34019/2237-6151.2018.v15.27040.

Oliveira, A. M. et al. (2017). Comportamento suicida entre adolescentes: Revisão integrativa da literatura nacional. Adolescência e Saúde, 14(1): 88-96.

Organização Mundial Da Saúde. (2000). Prevenção do suicídio: Um manual para profissionais da saúde em Atenção Primária. 1.ed. Genebra: OMS. https://www.who.int/mental_health/media/counsellors_portuguese.pdf.

Pasini, A.L.W. et al. (2020). Suicídio e depressão na adolescência: fatores de risco e estratégias de prevenção. Research, Society and Development, 9(4):36942767. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i4.2767.

Pereira, C.C.M; Botti, N.C.L. (2017). O suicídio na comunicação das redes sociais virtuais: revisão integrativa da literatura. Revista Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, 17(1): 17-24. https://doi.org/10.19131 / rpesm.0179.

Santos, C.V.M. (2019). Sofrimento psíquico e risco de suicídio: diálogo sobre saúde mental na universidade. Rev. Nufen: Phenom. Interd. Belém, 11(2), 149-160. https://doi.org/ 10.26823/RevistadoNUFEN.

Silva, N.K.N. et al. (2017). Ações do enfermeiro na atenção básica para prevenção do suicídio. Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. 13(2):71-77. https://doi.org/10.11606/issn.1806-6976.v13i2p71-77.

Silva, R. A. S; Menta, S. A. (2014). Abordagem de terapeutas ocupacionais em Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) no estado de Alagoas. Cad. Bras. Ter. Ocup., São Carlos, 22(2). https://doi.org/10.4322/cto.2014.046.

Silva, J.F et al. (2019). Adolescência e saúde mental: a perspectiva de profissionais da Atenção Básica em Saúde. Interface, 23: e180630. https://doi.org/10.1590/Interface.180630.

Silva, D.A; Marcolan, J.F. (2021). O impacto das relações familiares no comportamento suicida. Research, Society and Development, 10(2):17310212349. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12349.

Teixeira-Filho, F.S; Rondini, C.A. (2012). Ideações e Tentativas de Suicídio em Adolescentes com Práticas Sexuais Hétero e Homoeróticas. Saúde Soc. São Paulo, 21(3): 651- 667. https://doi.org/10.1590/S0104-12902012000300011.

Fundo das Nações Unidas para a Infância - UNICEF. (2011). Adolescência: uma fase de oportunidades. Situação mundial da infância. www.criança.mppr.mp.br/arquivos/file/publi/unicef_sowe/sit_mund_inf_2011_adolescência.pdf>.

Vasselo, C.V. et al. (2021). LGBTI+fobia e as expressões do preconceito no ciberespaço. Cad. Gên. Tecnol., Curitiba, 14(44):154-176. https://www.doi.org/10.3895/cgt.v14n44.12909.

Vedana, K. G. G; Zanetti, A. N. G. (2019). Atitudes de estudantes de enfermagem relacionadas ao comportamento suicida. Rev. Latino-Am. Enfermagem, 27(1). https://doi.org/10.1590/1518-8345.2842.3116.

World Health Organization - WHO. (2014). Preventing suicide: A global imperative. Geneva: World Health Organization. https://apps.who.int/iris/handle/10665/131056.

World Health Organization et al. (2018). Preventing suicide: a community engagement toolkit. Geneva: World Health Organization. https://apps.who.int/iris/handle/10665/272860.

World Health Organization - WHO. (2021). Suicide worldwide in 2019: global health estimates. Geneva: World Health Organization. https://www.who.int/publications/i/item/9789240026643.

Downloads

Publicado

22-05-2022

Edição

Seção

Artigo Original