<b>Uma perspectiva estético-política sobre natureza e violência em <i>Justine ou os infortúnios da virtude</i>, de Marquês de Sade
Resumo
Justine ou os infortúnios da virtude, de Marquês de Sade, representa a saga da personagem homônima, uma cristã virtuosa que passa por malogros e desventuras, sendo abusada sexualmente e acusada injustamente por variados crimes. Entretanto, o romance ganha destaque ao criticar a filosofia racionalista do século XVIII, atrelada à moral da bondade inata. Sade também critica o cristianismo que prega sofrimento e constante expiação terrena como garantias para a salvação. Ao fazer essa dupla crítica, o escritor elabora uma obra fundamental à contracorrente do zeitgeist filosófico que viveu. Neste artigo, refletimos sobre os sistemas de pensamento que emanam desta obra: a natureza agressiva e indiferente aos sistemas éticos e a vida instintual que a sociedade civilizada reprime. Em que medida tais esquemas representam a risada irônica de Sade ante a revolução iluminista de seu tempo? Visamos também entender como se locomove a mulher vitimizada. Constatamos que o autor faz de sua protagonista uma paródia da moça sentimental e, ao deixá-la cair em todas as armadilhas, evidencia dois aspectos: a caricatura da heroína romântica, crítica dos discursos da bondade e da virtuosidade e a denúncia de que o pastorado cristão tem um lado cruel, mantenedor do status quo dos oprimidos.
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