HISTÓRIA PARA NINAR GENTE GRANDE: O DESFILE DAS ESCOLAS DE SAMBA COMO ESPAÇO PARA A PRODUÇÃO DE HISTÓRIA PÚBLICA - UM ESTUDO SOBRE O ENREDO DA MANGUEIRA DE 2019

Autores

DOI:

https://doi.org/10.61358/policromias.v5i4.38504

Palavras-chave:

história pública, escolas de samba, Mangueira, divulgação científica

Resumo

As escolas de samba são espaços para a produção de História Pública. Para confirmar esta afirmação, foi escolhido, como estudo de caso, o desfile da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, em 2019, como estudo de caso. A escola se propunha a trazer para a Avenida Marquês de Sapucaí personagens históricos apagados pela história oficial. Contudo, interessa aqui, não apenas a análise do desfile em si, mas o seu processo, ou seja, como ele foi pensado e desenvolvido até chegar a sua apresentação para o público. Este artigo parte de uma compreensão em que a história pública é “feita para, com e pelo público” (MAUAD, ALMEIDA & SANTHIAGO, 2016, p.12). Foram utilizadas como fontes o Livro Abre-Alas, a sinopse do enredo da Mangueira, notícias veiculadas na internet, entrevistas, textos diversos sobre o desfile e o Google Trends, como métrica de interesse para os temas suscitados pela escola no período de um ano (2018-2019). A metodologia consistiu em articular o debate atual sobre História Pública “MAUAD, SANTHIAGO & BORGES, 2018) com as fontes utilizadas, para compreender desde a construção inicial do enredo até a sua realização em forma de desfile na Avenida.

Biografia do Autor

Max Fabiano Rodrigues de Oliveira, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Membro efetivo OBCAR. Possui graduação em Licenciatura Plena em História pela Universidade Veiga de Almeida (2009) e mestrado em História pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2015). Atualmente é doutorando em História na UFRRJ. Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil, atuando principalmente nos seguintes temas: história agrária, história da Baixada Fluminense, pós-abolição, trajetória familiar. Pesquisa a utilização de novas tecnologias em sala de aula e conceitos de Educação Criativa. Formado em Artes Cênicas pela Escola de Teatro Martins Penna e cofundador do projeto de divulgação científica e história pública, Poeira da História.

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Publicado

2021-01-22