Performatividade e a fragmentação do trabalho docente na escola pública

Conteúdo do artigo principal

Susana Schneid Scherer

Resumo

Este estudo analisa a presença e os efeitos da performatividade, no contexto das políticas educacionais, sobre o trabalho docente na escola pública no Brasil. Assume-se que a docência é um tipo campo de embates entre questões locais e globais. Entende-se por performatividade, com base no conceito desenvolvido por Stephen Ball, a cultura de desempenhos que atua como mecanismo político para transformar as subjetividades através de uma cultura e ratificar um modelo de democracia de consumo, tendo por base princípios de competividade, individualidade, o qual fragmenta uma perspectiva de docência e educação socialmente referenciadas por critérios democráticos de participação ativa, solidariedade, coletividade e cooperação.

Detalhes do artigo

Seção
Artigos
Biografia do Autor

Susana Schneid Scherer, UFPEL

DOUTORA EM EDUCAÇÃO UFPEL

 

Referências

ANDERSON, Perry. Balanço do Neoliberalismo. In: Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.

BALL, Stephen. What is policy? Texts, trajectories and toolboxes. Discourse: Studies in the Cultural Politics of Education, v. 13, 1993.

___. Cidadania Global, Consumo e Política Educacional. In: SILVA, Luiz Heron. A escola cidadã no contexto da globalização. Petrópolis: Vozes, p. 121-137, 1998.

BALL, Stephen. Diretrizes Políticas Globais e Relações Políticas Locais em Educação. Currículo sem Fronteiras, v.1, n.2, p.99-116, 2001.

____. Performatividade, privatização e o pós-Estado do Bem-Estar. Educação & Sociedade, v.25, n.89. Campinas, 2004.

____. Profissionalismo, Gerencialismo e Performatividade. Cadernos de Pesquisa, v. 35, n. 126, p. 539-564, 2005.

____. Reforma educacional como barbárie social: economismo e o fim da autenticidade. Práxis Educativa. Ponta Grossa, v. 7, n. 1, p. 33-52, jan./jun. 2012.

____. Educação Global S.A: novas redes de políticas e o imaginário neoliberal. Ponta Grossa: UEPG, 2014.

___ et al. A constituição da subjetividade docente no Brasil: um contexto global. Revista Educação em Questão. Natal, v. 46 n. 32, p. 9-36, 2013.

CLARKE, Jonh; NEWMAN, Janet. Gerencialismo. Educação e Realidade, v. 37, nº. 2, maio/ago, p. 353-381, 2012.

CÓSSIO, Maria de Fátima. Agenda transnacional e governança nacional: as possíveis implicações na formação e no trabalho docente. Revista e-Curriculum. São Paulo, v.13, n.04, p. 616 – 640 out./dez, 2015.

DALE, Roger. A sociologia da educação e o estado após a Globalização. Educação e Sociedade, Campinas, v. 31, n. 113, p. 1099-1120, out-dez, 2010.

JEFFREY, Debora C. Constituição do gerencialismo na educação brasileira: implicações na valorização dos profissionais da educação. Revista Exitus, v. 02, nº 02, jul./dez, 2012.

GESTRADO, Grupo de Estudos Sobre Política Educacional e Trabalho Docente. Pesquisa trabalho docente na educação básica no Brasil: sinopse do survey nacional. Belo Horizonte, GESTRADO/UFMG, 2010.

___. Relatório de Pesquisa: Trabalho docente na Educação Básica no Brasil - Fase II. Belo Horizonte: GESTRADO/UFMG, 2015.

GIDDENS, Anthony. A terceira via. Instituto Teotonio Vilela. Brasilia/DF, 1999.

HOOD, Christopher. The “New Public Management” in the 1980s: Variations on a theme’. Pergamon, Accounting, Organizations and Society, v. 20, n. 3, p. 93-109, 1995.

KUENZER, Acácia. A formação de professores para o ensino médio: velhos problemas, novos desafios. Educação e Sociedade, Campinas, v. 32, n. 116, jul.-set, p. 667-688, 2011.

LYOTARD, Jean. O pós-moderno. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1988.

MAINARDES, Jefferson; MARCONDES, Maria Inês. Entrevista Com Stephen J. Ball: Um Diálogo Sobre Justiça Social, Pesquisa e Política Educacional. Educação e Sociedade. Campinas, v. 30, nº. 106, p. 303-318, 2009.

MÉSZÁROS, István. A educação para além do capital. Theomai, Buenos Aires, Argentina, Red Internacional de Estudios sobre Sociedad, Naturaleza y Desarroll, n. 15, p. 107-130, 2007. Disponível em: <https://www.redalyc.org/pdf/124/12401511.pdf>. Acesso em: 07 dez. 2019.

NEVES, Lúcia Wanderley. A nova pedagogia da hegemonia: estratégias do capital para educar o consenso. São Paulo: Xama, 2005.

OLIVEIRA, Dalila. Os trabalhadores docentes no contexto de nova regulação educativa: análise da realidade brasileira. VII Seminário REDESTRADO. Buenos Aires, jul., 2008, p. 1-17.

___. et al. Transformações na Organização do Processo de Trabalho Docente e o Sofrimento do Professor. Disponível em: http://www.redeestrado.org/web/5/1.php?idioma=port. Acesso em 11/03/2015.

PERONI, Vera. As redefinições na relação público/privado e as implicações para a democratização da educação. Congresso Sul-brasileiro da ANPAE, p. 1-17, 2010.

___. A autonomia docente em tempos de Neoliberalismo e Terceira Via. Disponível em: www.ufrgs.br/faced/peroni/docs/A%20autonomia%20docente.pdf. Acesso em 20/08/2018.

WOOD, Ellen M. Capitalismo e democracia. Buenos Aires: CLACSO, 2007.