O GUIA MÉDICO DO DR. LUIZ PEREIRA BARRETO: UM ESTUDO HISTÓRICO-SÓCIOLINGUÍSTICO DA PRÁTICA DISCURSIVA
DOI:
https://doi.org/10.61358/policromias.v6i2.43594Palavras-chave:
Gênero guia médico, Doenças e Artes de Curar, Luiz Pereira Barreto e Século XIX.Resumo
O trabalho se propõe a uma análise crítica e sócio-histórica do Guia Médico do Dr. Luiz Pereira Barreto destinado ao uso de fazendeiros, publicado em 1879 no Almanach Litterario de São Paulo, editado por José Maria Lisboa. Para tanto, partimos, de uma perspectiva teórico-metodológica transdisciplinar ao lançar mão da Análise do Discurso Crítica (ADC), em sua configuração mais recente, descrita em Fairclough (2003) - o que em si já é uma opção transdisciplinar, na medida em que a ADC alinha teorias sociais como Realismo Crítico, a proposta foucaltiana, com análises linguístico-textual-discursiva apoiadas na gramática funcionalista. O Guia Médico é parte de um evento histórico, social, produzido por um agente – um médico clínico, formado na Universidade de Medicina de Gand (Bélgica), divulgador da filosofia positivista, da ciência e da experimentação como fontes da verdade, e, também, fazendeiro. Por meio do discurso o autor age para construir, ecoar e reforçar as ideias apoiadas na ciência e na medicina de sua época: o fazendeiro, protetor da família e da propriedade de escravizados, a reforma da educação feminina, a responsabilidade e culpabilidade individual (das mães) pela mortalidade infantil.
Referências
Fontes e Referências:
Fontes:
BARRETO, L. P. Guia Médico ou Resumo de indicações practicas para servir aos srs. Fazendeiros na falta de profissionaes. São Paulo, Typ. da Província, 1878. In: LISBOA, J. M., Almanach Litterario de São Paulo para o anno de 1879. Disponível em: https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm-ext/748. Acesso em 1 de fev 2021.
CHERNOVIZ, P. L. N. Diccionario de Medicina Popular e das Sciencias accessorias para uso das famílias. Pariz, A. Roger & F Chernoviz, vol. I e II, 1890. Disponível em: https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/6947. Acesso em 30 jan.2021.
TOLEDO, L. Imprensa Paulista — Memória Histórica. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. São Paulo, Typographia “El Diário Español, v. 3,p.303-351,1898. Disponível em: https://archive.org/stream/revistadoinstitu03instuoft#page/442/mode/2up/search/imprensa+paulista. Acesso em 30 jan 2021.
Referências bibliográficas
ALBINO, M. A. Revelando a doença e a morte: morbidade e mortalidade em Campinas, 1875-1900. 2020. Dissertação (Mestrado em Demografia) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2020.
ALONSO, A. O Positivismo de Luís Pereira Barreto e o Pensamento Brasileiro no Final do Século XIX. Revista do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. IEA. São Paulo, p.1-13, 1995. Disponível em: www.iea.usp.br/artigos. Acesso em 12 fev. 2021.
BASSANEZI, M. S. A mortalidade em tempos de ventura e desventura: o Brás na virada do século XIX para o século XX. Resgate - Rev. Interdiscip. Cult., Campinas, v. 26, n. 1 [35], p. 137-152, jan./jun. 2018. Disponível em https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/resgate/issue/view/1474. Acesso em 20 fev. 2021.
CASTILHO, A T. Nova gramática do Português Brasileiro. São Paulo: Contexto, 2010.
CHOULIARAKI, L. e FAIRCLOUGH, N. Discourse in late modernity: rethinking critical discourse analysis. Edinburgh: Edinburgh University Press, 1999.
FAIRCLOUGH, N. Analysing Discourse: textual analysis for social research. London/NewYork: Routledge, 2003.
FAIRCLOUGH, N. Discurso e mudança social. Tradução de Izabel Magalhães. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001 [1992].
GUIMARÃES, M. R. C. Chernoviz e os manuais de medicina popular no Império. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 12, n. 2, p. 501-14, maio-ago. 2005.
HOUAISS, A. e VILLAR, M. de S. Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
LOPES Fº, J. D. A história social de uma doença o Beribéri no Caraça. 1998. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998. Disponível em https://teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-06042020-214625/pt-br.php.Acesso em 12 fev 2021.
LOPES, L. S. Sob os olhos de São Sebastião. A cafeicultura e as mutações da riqueza em Ribeirão Preto, 1849-1900. 2005. Tese (Doutorado em História Econômica) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
LOURO, G. L. Mulheres na sala de aula. In: PRIORE, Mary del (Org.) e PINSKY, Carla Bessanezi (Coord.) História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2018, pp. 443 – 481.
LUNA, F. V. KLEIN, H. S. História Econômica e Social do Estado de São Paulo 1850-1950. São Paulo: Imprensa Oficial, 2019.
MOTA, A. Tropeços da medicina bandeirante. Medicina paulista entre 1892-1920. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2005.
NEVES, M. H. M. Gramática de usos do Português. São Paulo: Editora UNESP, 2000.
PERINI, M. A. Gramática do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola, 2010.
RIBEIRO, M. A. R. Açúcar, café, escravos e dinheiro a prêmio: Campinas, 1871-1861. Resgate – revista interdisciplinar de cultura. Campinas, v. 23, n, 29, p.15-40, jan./jun. 2015. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/resgate/article/view/8645788. Acesso em 20 fev. 2021.
RIBEIRO, M. A. R. Conferência de Abertura: Uma história de longa duração: doenças e curas na sociedade escravista. 1º Simpósio Nacional de História das Doenças e das Artes de Curar. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 28 de junho de 2018. Disponível em: https://www.facebook.com/watch/?v=1914318985278963. Acesso em 09 fev 2021.
RIBEIRO, M. A. R. História sem fim...inventário da saúde pública. São Paulo. 1880-1930. São Paulo: Editorada Unesp, 1993.
RIBEIRO, M. A. R. Histórias que as epidemias nos contam. In: ALMICO, Rita de Cássia da Silva; GOODWIN JR, James William; SARAIVA, Luiz Fernando. Na saúde e na doença: história, crises e epidemias: reflexões da história econômica na época da covid-19. Organização. 1. ed., São Paulo: Hucitec, 2020. p. 161-170.
SANTOS FILHO, L. de C.; NOVAES, J. N. A febre amarela em Campinas, 1889-1900. Campinas, Centro de Memória-Unicamp, Universidade Estadual de Campinas, 1996.
TEIXEIRA, L. A. Na arena de Esculápio. A Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo (1895-1913). São Paulo: Editora Unesp, 2007.
