SUMMARY
e4626041This article seeks to elaborate a reflection from an empirical study, from a broader research, which brings to light the autobiographical speech about the experiences of the past, seeking to understand how they interfered (and interfere) in the educational pathways, motivations and in interests for learning and building life projects for the future. Resulting from the story of life stories, the data presented describe part of the reality of eight male prisoners in a Portuguese prison, with a high level of security and high management complexity, with an exclusively male prison population, and located in the center region. from Portugal. The information collected was organized and analyzed respecting the order of the three chronological poles: pre-analysis (1), exploration of the material (2) and treatment of the results, inference and interpretation (3). The results suggest that the reasons, reasons and interests that led, in the past, and that lead, in the present day, prisoners to relate to school education, take on plural, bumpy outlines, of varied origins and of a heterogeneous nature.ResumoEste artigo procura elaborar uma reflexão a partir de um recorte do estudo empírico, de uma pesquisa mais alargada, que traz à luz a fala autobiográfica sobre as vivências do passado, procurando compreender como elas interferiram (e interferem) nos percursos educativos, nas motivações e nos interesses para aprendizagem e a construção de projetos de vida para o futuro. Resultantes do relato de histórias de vida, os dados apresentados descrevem parte da realidade de oito homens reclusos em um estabelecimento prisional português, de nível de segurança alta e complexidade de gestão elevada, com uma população reclusa exclusivamente masculina, e estando situado na região do centro de Portugal. As informações recolhidas foram organizadas e analisadas respeitando a ordem dos três polos cronológicos: pré-análise (1), exploração do material (2) e tratamento dos resultados, inferência e interpretação (3). Os resultados sugerem que os motivos, razões e interesses que levaram, no passado, e que levam, na atualidade, os reclusos a se relacionarem com a educação escolar, assumem contornos plurais, acidentados, de origens variadas e de cariz heterogêneo.Palavras-chave: Educação nas prisões, Portugal, Interesses e motivações, Educação ao longo da vida.Keywords: Education in prisons, Portugal, Motivation and interests, Lifelong education.ReferencesADORNO, S. A prisão sob a óptica de seus protagonistas: Intinerário de uma pesquisa. Tempo Social Revista de Sociologia da USP, v. 3, n. (1-2), pp. 7-40. 1991.ALCOFORADO, J. L. Competências, Cidadania e Profissionalidade: Limites e desafios para a construção de um modelo português de educação e formação de adultos. 460fl. Tese. Doutoramento em Ciências da Educação, Especialidade de Educação Permanente e Formação de Adultos. Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. Coimbra – Portugal. 2008.BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Segunda reimpressão da primeira edição. São Paulo: Edições 70. 2011, 279 p.BANDURA, A. Self-efficacy: toward a unifying theory of behavioral change. Psychological Review. Washington, DC., v. 84, n. 2, 191-215, 1977.CAMPOS, S. M. C. S. Sistemas Prisionais Europeus. 113 fl. Dissertação. Mestrado em Direito e Segurança - Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa), Portugal, 2015.CUNHA, Manuela Ivone P. Pereira. A prisão e as suas novas redundâncias. Um debate público sobre a Reforma do Sistema Prisional. Braga: Universidade do Minho – Portugal. p. 1-9. (2003). Disponível em: https://tinyurl.com/y8f33era Acesso em: 04 de dezembro de 2018.DE MAEYER, M. Ter tempo não basta para que alguém se decida à aprender. Em Aberto, Brasília, v. 24, n. 86, pp. 43-55. 2011.DE MAEYER, M. A Educação na Prisão não é uma Mera Atividade. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 38, n.1, p. 33-49. Jan-mar. (2013).DGRSP. Relatório de Atividades e Autoavaliação de 2016. Lisboa: Divisão de Planeamento e Organização. 2016. Disponível em: https://tinyurl.com/yd7zqtsn Acesso em: 29 de novembro de 2018.FREIRE, P. Educação e Mudança. 12ª edição. São Paulo: Editora Paz e Terra. 1979, 46 p.FREIRE, P. Cartas a Cristina: Reflexões sobre a minha vida e a minha práxi. São Paulo: Editora UNESP. 2003.FOUCAULT, M. Vigiar e Punir: Nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. Petrópolis: Editora Vozes. 1999, 288 p.MARCONDES, Martha Ap. S; MARCONDES, Pedro. A Educação nas Prissões. In: MARCONDES, Marta Aparecida S.; PLATT, Adreana Dulcina. et al. (Orgs.). Temas Transversais e Currículo. Brasília: Líder Livro Editora, 2008. p. 165-185.MASLOW, A. H. Motivacion y Personalidad. Tradução de P. C. Clemente. Madrid – Espanha. Ediciones Díaz de Santos S. A. 1991, 433 p.MONTEIRO, A. da C. F. F. Expetativas (in)cumpridas – a vivência da reclusão feminina e a educação/formação de adultos nas prisões. 175fl. Dissertacão. Mestrado em Educação de Adultos e Intervenção Comunitária. Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. Coimbra – Portugal. 2013.ONOFRE, E. M. C. Educação Escolar na Prisão. Para Além das Grades: a essência da escola e a possibilidade de resgate da identidade do homem aprisionado. 189fl. Tese. Doutorado em Educação. Universidade Estadual Paulista de Araraquara, Faculdade de Ciências e Letras. São Paulo – Brasil. 2002.ONOFRE, E. M. C. O papel da Escola na Prisão: saberes e experiências de alunos e professores. Childhood & Philosophy. Rio de Janeiro, v.7, n. 14, 2011, pp. 271-297, jul./dez. (2011).ONOFRE, E. M. C.; JULIÃO, E. F. A Educação na Prisão como Política Pública: entre desafios e tarefas. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 38, n.1, pp. 51-69. Jan-mar. (2013).ONOFRE, E. M. C. Educação escolar para jovens e adultos em situação de privação de liberdade. Cad. Cedes Campinas, São Paulo, v. 35, n. 96, pp. 239-255. (2015).ROSA, Jorge La; FERREIRA, Berta Weil; SANTOS, Bettina Steren dos; et all. Psicologia e Educação: O significado do aprender. 4ª edição revisada e ampliada. Porto Alegre, Brasil: EDIPUCRS. 2001.REEVE, J. Understanding Motivation and Emotion. Seventh Edition. London – UK. Wiley Custom. 2018.SANTOS, Pollyana do; DURAND, Olga Celestina da Silva. A Educação de Jovens e Adultos no Espaço Prisional: sentidos da escolarização para mulheres em privação de Liberdade. Perspectiva, Florianópolis, v. 32, n. 1, pp. 129-159, jan./abr.(2014).