SUMMARY
Esse artigo se propõe a refletir sobre o feminino e suas representações no processo comunicativo, tendo como universo de análise as crônicas escritas por Clarice Lispector publicadas em jornais entre os últimos anos da década de 50 e início da década de 60 do século passado. Utilizando pseudônimos femininos, a cronista apresentava ao seu público interessantes conselhos sobre a vida conjugal, o dever de uma boa esposa e dona de casa, revelando o que a sociedade esperava de uma mulher àquela época. Para conduzir nossa discussão, utilizaremos as descobertas teóricas psicanalíticas a respeito da subjetividade feminina, fazendo com que a célebre pergunta freudiana “O que quer uma mulher?” seja endereçada à Clarice Lispector, também para entendermos quais os elementos que compõem este enigma ressoam na contemporaneidade.