SUMMARY
O acolhimento de crianças em abrigos mostra uma realidade de violência intrafamiliar, negligência e abandono parental. Interessada na compreensão desse tema, a presente pesquisa teve por objetivo geral delinear os aspectos adaptativos e psicológicos de mães de crianças abrigadas. Participaram deste estudo sete mães, cujos filhos com idade entre 0 a 10 anos e 11 meses estavam acolhidos e recebiam visitas regulares delas. Os instrumentos utilizados foram: entrevista preventiva; Escala Diagnóstica Adaptativa Operacionalizada (EDAO) e Teste do Desenho da Figura Humana. Os resultados obtidos com a Escala Diagnóstica Adaptativa Operacionalizada (EDAO) revelaram: três mães com adaptação ineficaz grave; três mães com adaptação ineficaz severa; e uma mãe com adaptação ineficaz moderada. Os setores afetivo-relacionais, a produtividade e o aspecto sociocultural mostraram-se mais comprometidos. Revelaram ainda a transmissão transgeracional da violência e do abandono vivenciados pelas mães na própria infância e o empobrecimento do papel materno. No Teste do Desenho da Figura Humana, predominaram o autoconceito e a autoimagem acentuadamente negativos. Verificou-se, assim, que os fatores psicológicos e adaptativos evidenciados na pesquisa apresentavam forte associação com o abrigamento dos filhos.