SUMMARY
Entende-se a retórica como uma das mais antigas ferramentas a favor da argumentação ou, como explica Reboul (2004), “a arte de persuadir pelo discurso” (p. 14). Um dos desdobramentos colocados pela retórica é a questão do ethos, termo que trabalha o caráter do orador na aquisição da credibilidade. Hilda Hilst, poeta, ficcionista, cronista e dramaturga brasileira, reconhecida pelo seu comportamento “polêmico”, trabalha a argumentação na construção de uma ideia diferenciada do “ser mulher”. Cristiano Diniz (2013) organizou o livro intitulado “Fico besta quando me entendem” que apresenta uma reunião de entrevistas de Hilst e alguns fragmentos das respostas da autora são utilizados como corpus para a investigação neste artigo. Portanto, o objetivo desse estudo é analisar como se constrói o ethos através do discurso argumentativo em entrevistas de Hilda Hilst, discurso este que acaba por formular uma espécie de “atrevimento” no escrever - e ser - feminino.