SUMMARY
O presente artigo tem como objetivo analisar as rupturas e continuidades no discurso ora favorável, ora desfavorável do médico sanitarista, intelectual e político Arthur Neiva acerca da imigração japonesa para o Brasil entre 1920 e 1937. Ao longo do texto, abordaremos às três fases do discurso de Neiva: um primeiro momento anti-japonês entre 1910 e 1920; um segundo momento no qual ele mesmo se autoproclamou pró-japonês após retornar de uma viagem científica ao Japão em janeiro de 1921. E, devido às questões políticas que tangenciam o próprio espírito do Nacionalismo da década de 30, buscaremos apresentar, uma terceira fase no qual ele assume um papel conservador juntamente com outros líderes de vertente anti-japonês na Assembleia Nacional Constituinte de 1934. Assim, por meio do estudo de telegramas e jornais da época no Brasil e Japão, buscaremos compreender não apenas as “mudanças de lado” de Arthur Neiva, mas também, ao término, expor o próprio cerne do pensamento crítico sobre os imigrantes na Constituinte de 1934.