SUMMARY
Este artigo consiste em uma análise da tradução feita por Carlos Drummond de Andrade do romance Thérèse Desqueyroux (1927) de François Mauriac. Com base nas colocações de Antoine Berman em seu livro John Donne: pour une critique des traductions (1995), a análise que segue procura considerar o faire oeuvre positive du traducteur, isto é, o fato de que o tradutor realiza durante o processo tradutório um verdadeiro trabalho textual, mais ou menos em correspondência com o original. A análise aqui proposta pretende também confirmar o paradigma da tradução aplicado a Drummond por Costa (2002), a saber: aquele que “supõe um escritor já realizado e que se dá ao luxo e à generosidade de recriar a autoria estrangeira em sua língua”.