SUMMARY
O artigo tem sua gênese na experiência dos autores, que convivem há mais de oito anos com acadêmicos indígenas, tanto nos cursos de graduação, quanto nos cursos de pós-graduação stricto sensu e nos resultados de pesquisas relacionadas com os povos indígenas efetuadas pelos autores. A metodologia aproxima-se da pesquisa-ação, entendida como um método importante de diálogo, troca e produção de conhecimentos decoloniais. Mais do que trazer o que supostamente possamos ter ensinado para os acadêmicos indígenas, o artigo traz algumas lições que estamos aprendendo e nos constituindo como educadores/pesquisadores, entre as quais destacamos: a) a afirmação da identidade produz/reforça a luta contra a desigualdade econômica; b) é preciso sempre colocar em xeque as teorias e ressignificá-las; c) a comunidade ética indígena resiste ao avanço da sociedade individualista neoliberal. Concluímos que com a convivência e a realização de pesquisas com indígenas, estamos aprendendo os caminhos para uma pedagogia e uma epistemologia decolonial e intercultural.