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O corpo no poema e o poema e seu corpo na literatura de autoria feminina: um exemplo em Cecilia Meireles

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A poesia de Cecília Meireles foi considerada pela crítica tradicional uma poesia sem corpo, etérea e alienada das relações sociais e políticas, isto é, sem a presença do eu e alheia ao presente. Contudo, a análise de algumas obras e poemas de Meireles, tendo em vista a busca tanto do seu corpo autoral quanto do feminino, revelam uma poesia tecida com gestos e sons transfigurados em natureza. Ao mesmo tempo, a chamada eteriedade da poeta carioca esconde um corpo fluido, o qual as vezes precisa ser negado para se fazer presente e existente, enquanto sua tessitura poética será uma forma de resistência ao patriarcado que monopolizou a palavra escrita e falada, deixando para a mulher o silêncio como habitação. Neste artigo, a tessitura do corpo no tecido do texto será mostrada na poesia de Cecília Meireles como forma de resistência e existência significativa do que é ser mulher e poeta.

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