SUMMARY
Justificativa e Objetivos: Alagoas configura-se como um estado brasileiro no qual a hanseníase encontra-se eliminada, todavia há evidências de que se trata de uma pseudo eliminação. Neste sentido o objetivo do estudo foi analisar a dinâmica temporal e espacial da Hanseníase no estado de Alagoas-Brasil, entre 2010-2015. Métodos: Foi realizado estudo ecológico incluindo seis indicadores de monitoramento da hanseníase obtidos a partir de dados secundários do Sistema Nacional de Agravos de Notificação Para a análise temporal, adotou-se joinpoint regression model. A tendência foi classificada em crescente, decrescente ou estacionária. Para a análise espacial, utilizou-se o Modelo Bayesiano Empírico Local e a Estatística de Moran Global e Local. Resultados: A análise por joinpoint mostrou tendência de redução do coeficiente de prevalência (APC=-11,2; p=0,008) e de aumento da proporção de contatos examinados (APC=7,0; p=0,015). O coeficiente de detecção geral e de indivíduos com grau II de incapacidade física, bem como a proporção de cura apresentaram padrão estacionário. O coeficiente de detecção em menores de 15 anos mostrou inversão da tendência a partir de 2013 (APC=7,8; p=0,011). A estatística de Moran mostrou autocorrelação espacial, com municípios mais prioritários no sertão do estado. Conclusão: Apesar de a hanseníase ser considerada eliminada em Alagoas, a elevada carga na população geral, a presença em menores de 15 anos e de indivíduos incapacitados, a frágil proporção de cura, a qualidade duvidosa do exame de contatos e a localização geográfica do estado constituem elementos que sustentam que a eliminação trata-se de um processo operacional e não real. Descritores: Hanseníase. Análise espacial. Informática médica.