SUMMARY
A obra édita e inédita de Natália Correia faz, de forma inequívoca, a apologia do feminino. Um feminino fragmentado na procura da unidade, um feminino que se define herdeiro de cosmogonias primitivas e de correntes filosófico-religiosas sincréticas que ensaiaram a redefinição de um imaginário universal masculino. Também a proposta de uma Utopia Feminina do Espírito Santo, na senda da Teoria das Três Idades de Joachim de Fiore, comprova a vontade nataliana de reorganização de uma ordem simbólica masculina, culminando na reunificação do feminino e do masculino, no que a autora designa de “Frátria”, muito na esteira do proposto por feministas como Simone de Beauvoir. Este artigo pretende, por conseguinte, apresentar as várias conceptualizações natalianas do feminino, numa perspetiva feminista.