SUMMARY
Como ter um novo olhar para além das possibilidades que a câmera (nos) dá? Mas o aparelho (nos) dá outras possibilidades que não sejam as de sua operacionalidade? Neste intervalo, entre a objetividade maquínica e a subjetividade, é que reside o social cinematográfico e a proposta deste artigo, de viés fenomenológico. Pioneiro do Cinema Novo, nos anos 1960, para Ruy Guerra, nosso sujeito de pesquisa, o cinema é a expressão da sua personalidade. Nesse caso, o que o motiva? Como se dá o equilíbrio nele entre a subjetividade e o racionalismo? Uma indagação Bachelardiana nos aponta para o seguinte paradoxo: como pode o homem, apesar da vida, tornar-se poeta? Esse é o questionamento que fundamenta o trágico pós-moderno e no qual se poderia caracterizar, para finalizar, o atual estado da autoria, conforme veremos no cinema de Ruy Guerra.