SUMMARY
O ideário de desenvolvimento econômico propugnado pelo capitalismo dissemina o discurso da educação como um importante fator para competitividade das economias globais. Um conjunto de ações estatais, materializadas em planos, programas e instrumentos normativos estabelecem a conexão entre educação-conhecimento-desenvolvimento, instituindo conformidade às demandas econômicas. O ensino superior, objeto de análise deste artigo é intensamente impactado pelas mediações da sociabilidade capitalista por meio da ampliação do acesso na esteira de um amplo processo de privatização, considerando que oferta majoritária se dá nas instituições privado-mercantis, com intensa concentração dessas instituições na região sudeste. O objetivo do artigo é analisar a atual fase desenvolvimentista encetada pelos grandes empreendimentos de infraestrutura no país, sob o discurso de superação das desigualdades com melhor distribuição de renda e as interrelações com a distribuição do acesso ao ensino superior. A metodologia está assentada nas contribuições do materialismo histórico-dialético e é resultado da pesquisa realizada pela autora no doutoramento em educação. Revisão bibliográfica e análises documentais subsidiaram a produção. Os resultados da investigação indicam assimetrias no acesso nas distintas regiões do país, além de uma baixa participação das instituições públicas nas matriculas, demarcando a continuidade do cenário privatista do ensino superior no Brasil.