SUMMARY
Embora a desigualdade social não seja mais tão discrepante como antigamente, não se pode negar que a sociedade ainda apresenta comportamentos machistas construídos historicamente. Pensando nisso, toma-se como objeto de estudo a descrição do sentido da palavra “beleza” com base na teoria da Semântica do Acontecimento (GUIMARÃES, 2002) e dos estudos de XXXX e XXXX (2018, 2021), a fim de verificar a diferença no considerado “beleza” para o público masculino e para o feminino. Para tanto, analisa-se a constituição da semântica da palavra "beleza” em duas publicidades estéticas: a capa da revista “Men’s Health” de 2020, voltada ao público masculino; e um anúncio na revista “Plástica e Beleza” de 2021, voltada ao público feminino. Como resultado, verificou-se que a beleza, para esses grupos sociais, é vista distintamente. O homem considerado saudável é um homem hétero, musculoso, com vida sexual ativa e vida financeira estável, o que permite afirmar que “saúde” é sinônimo de “beleza”; enquanto a mulher bela é apenas aquela que precisa de cirurgias plásticas. Em suma, com este estudo espera-se contribuir para mostrar que a língua também exerce papel importante na marcação da desigualdade social, como mostrado no estudo dos sentidos da “beleza” masculina e feminina.