SUMMARY
Este artigo objetiva discutir sobre a condição de (não) cidadania, investigando como o Estado lida com a exclusão e a marginalização dos não cidadãos através das políticas públicas. O trabalho foi desenvolvido a partir da experiência de Estágio em Clínica Ampliada na Clínica de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia em um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), com participação ativa na rotina do serviço acompanhada de supervisões e grupos de estudo. Como resultado, deparamo-nos com desafios e possibilidades de trabalho nesse espaço, sendo isso fortemente evidenciado no grupo realizado com moradoras de um assentamento que compunha o território, do qual relatamos uma cena. Através disso, concluímos que os não cidadãos vivenciam diversas formas de violências que marcam suas vidas e produzem sofrimento e o serviço acaba (re)produzindo ausência de cuidados e de ações efetivas para transformar o discurso da marginalidade socialmente atribuída à pobreza.