SUMMARY
O artigo em tela investiga as estratégias narrativas adotadas por Agnès Varda em Os Desajustados para construir uma dupla representação cinematográfica: da condição feminina em uma sociedade patriarcal e dos restos do imaginário de 1968 no início de uma era que se caracterizaria pela hegemonia da ideologia neoliberal. Valendo-se tanto de textos clássicos do Feminismo Crítico quanto de reflexões específicas sobre cinema e questões de gênero no cinema francês, a análise fílmica não se limita aos aspectos cinematográficos da representação, procurando situá-la em termos histórico-culturais e, valendo-se da releitura de Bakhtin por Robert Stam, desvendá-la em sua construção dialógico-discursiva.