SUMMARY
Este ensaio procura discutir a representação da heteronormatividade em homens gays feita pelo artista plástico Keith Haring. Ao mesmo tempo em que expôs uma imagem hipermasculinizada desses sujeitos na Nova Iorque dos anos 1970 e 1980, Haring desconstruiu tal imagem com o objetivo de acabar com a cisão e hierarquia entre os homens gays que estavam dentro do padrão másculo e viril e aqueles que estavam fora desse padrão. Para isso, ele criou o personagem One Man, a partir do qual exalta a superficialidade dos comportamentos da masculinidade exacerbada, reprodutora de uma norma heterossexual. Concluímos que Haring foi um artista que fez o queer, porque empenhou-se na desconstrução de uma regra social pautada nas hierarquias de gênero e sexualidade ao criar um contra modelo, representado pela ambiguidade do One Man.