SUMMARY
O documentário de entrevistas, proeminente no Brasil dos anos 2000, apresentou diversos personagens fabuladores. Porém, na virada da década de 2010, tomou forma no país outro tipo de filme, caracterizado não mais unicamente pela entrevista, no qual a fabulação passaria a se dar pela observação da ação. Essa hipótese é aqui examinada levando em consideração o afastamento da câmera, que permitiu a inserção da intriga à trama (KRACAUER, 1997), levou ao esvaziamento da presença (RAMOS, 2008) e reconfigurou a relação personagem-espaço (BURCH, 2015), dando a ver a opressão do contexto sobre o personagem. Várias produções do período exemplificam essa mudança, mas a análise se concentra em três filmes da produtora Teia que a sugerem em processo: A falta que me faz (2009), O céu sobre os ombros (2010) e Girimunho (2011).